Índia congela R$ 42 milhões de corretora de criptomoedas da Binance

Agência do governo congelou contas bancárias e alegou que lavagem de dinheiro tem sido realizada pela plataforma.

Autoridade da Índia, a Directorate of Enforcement (ED) congelou R$ 42 milhões em ativos de uma corretora que pertence a Binance e era a maior operação de criptomoedas do país. A ação ocorreu após uma investigação sobre a plataforma, que teria indicado uma possível atuação “fora das linhas” legais.

Um dos diretores da operação foi alvo de buscas e teve contas bancárias congeladas, no que pode ser uma das maiores ações contra uma corretora no país dos últimos anos.

É importante lembrar que a relação da Índia com criptomoedas não é das melhores, e entre idas e vindas, a nova ação pode ter desmembramentos duros para a comunidade local.

Após a notícia, a Binance disse que não é dona da plataforma WazirX, apesar de divulgar a aquisição em 2020.

Changpeng Zhao, fundador e executivo-chefe da Binance, disse que ainda não concluiu a transação citando “algumas questões” que ele se recusou a detalhar.

A Binance anunciou a aquisição do WazirX no final de 2019 em um post no blog. A postagem oficial do blog, que trazia uma foto dos fundadores da Zhao e da WazirX, também mostrava o entusiasmo do executivo da Binance sobre o acordo.

Índia congela R$ 42 milhões de corretora que pertence à Binance

Pertencente a Binance Holdings, a WazirX é uma das maiores corretoras operando criptomoedas em território indiano atualmente.

Mas nesta sexta-feira (5), o governo local, por meio da ED, bloqueou R$ 42 milhões da corretora que pertence a Binance na Índia.

“A Diretoria de Execução (ED) realizou buscas em um dos diretores da M/s Zanmai Lab Pvt Ltd, que possui a popular exchange de criptomoedas WazirX e emitiu uma ordem de congelamento para congelar seus saldos bancários no valor de INR 64,67 Crore.”

De acordo com a agência indiana, várias fintechs do país estão sendo investigadas pelo governo local, que tem visto situações nebulosas ocorrendo no seu sistema financeiro, principalmente com a prática de lavagem de dinheiro.

A ED declarou que empresas apoiadas por chineses não conseguiram aprovação para operar no país nos últimos anos, dessa forma, buscam novas rotas para estabelecer suas operações. Parte de seu funcionamento consiste inclusive em comprar criptomoedas para evadir dinheiro do país, utilizando plataformas como a WazirX, por exemplo.

Investigando a operação, autoridades perceberam que o escritório é praticamente virtual e funciona em um coworking com apenas duas cadeiras, além de um e-mail que raramente responde às demandas.

O WazirX funciona a partir de um software baseado em nuvem (@AWS Mumbai), todos os funcionários trabalham em casa, o escritório registrado é um espaço Wework de coworking de 2 cadeiras e todas as transações cripto-criptográficas são controladas pela Binance {que novamente não possui nenhum escritório conhecido , qualquer funcionário conhecido e raramente responde a perguntas em legal@binance.com}.

Pelo menos 16 fintechs ilegais podem ter lavado dinheiro na corretora da Binance, diz autoridade

Após a investigação ir até à casa do diretor da Binance na última quarta-feira (3), eles descobriram novos elementos. Segundo a nota oficial da ED, autoridade da Índia, a corretora que pertence a Binance tem uma política fraca de AML, que permitiu a 16 fintechs lavarem dinheiro.

“Ao incentivar a obscuridade e ter normas de AML frouxas, ajudou ativamente cerca de 16 empresas de fintech acusadas de lavar os lucros do crime usando a rota de criptomoedas. Portanto, bens móveis equivalentes no valor de Rs. 64,67 Crore deitados com WazirX foram congelados sob PMLA, 2002”

A Binance ainda não se manifestou publicamente sobre a operação na Índia até o fechamento dessa matéria. Além disso, a WazirX também segue em silêncio sobre o caso até a tarde desta sexta.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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