Inflação causa manifestações no Cazaquistão, governo desliga internet e bitcoin cai

Embora a população mundial não tenha sido afetada por esse desligamento da internet no Cazaquistão, é importante notar que os cazaquistaneses podem não estar conseguindo usar o bitcoin.

O Cazaquistão, país que faz fronteiras com a Rússia e China, está presenciando manifestações violentas nesta semana, é estimado que dezenas de manifestantes e policiais perderam suas vidas. O motivo destas manifestações é a inflação, vista principalmente pela alta nos preços do gás GLP, principal combustível no país.

Como forma de tentar conter as manifestações que já duram quatro dias, o governo derrubou a internet no país. Como efeito colateral, estima-se que o Bitcoin tenha perdido parte de seu poder computacional de mineração, ou hash rate em inglês.

Apesar desta queda no hash rate não ser um problema para o Bitcoin, é preciso avaliar o seu papel em situações de caos como esta. Afinal, uma de suas maiores características é ser resiliente a censura, podendo ser usado para

Inflação

Por efeitos de comparação, podemos usar a manifestação brasileira de 2013 que foi iniciada pelo aumento de 20 centavos em tarifas de ônibus em São Paulo e que mais tarde tornou proporções maiores relacionados a insatisfação com o governo de Dilma Rousseff.

A situação no Cazaquistão é semelhante em todos os sentidos. Iniciadas pelo aumento no preço do gás GLP, as manifestações rapidamente se tornaram maiores, mostrando o descontentamento do povo com um governo que foi liderado por 29 anos, entre 1990 e 2019, por Nursultan Nazarbaev. Apesar de seu afastamento, é visível que ele ainda tenha muita influência sobre o atual presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev.

Porém, ao contrário das manifestações no Brasil, o Cazaquistão está vivendo manifestações violentas, uma espécie de guerra civil. Como resultado, dezenas de mortos e milhares de feridos.

Governo derrubou a internet

Como forma de tentar diminuir a propagação das manifestações, o governo cazaquistanês desativou a internet no país. Como consequência, mineradores locais também foram afetados já que a atividade depende desta conexão.

Embora não seja possível estimar um número preciso na queda do hash rate do Bitcoin, é válido notar que após o banimento da mineração na China, o Cazaquistão foi um dos países que mais abrigou mineradores, possivelmente pelo fator geográfico já que os países são vizinhos. Além dele, EUA e Rússia foram outros países que viram presenciaram a chegada de novos empreendedores vindos da China.

O número de mineradores que chegaram ao Cazaquistão foi tanto que o país novamente voltou a viver problemas na sua rede de geração e distribuição, causando apagões em outubro do ano passado.

Apesar disso, a rede do Bitcoin continua gerando novos blocos e confirmando transações normalmente devido a sua descentralização. Além disso, há um mecanismo que recalcula a dificuldade da mineração a cada ~14 dias.

Dá pra usar Bitcoin sem internet?

Embora a população mundial não tenha sido afetada por esse desligamento da internet no Cazaquistão, é importante notar que os cazaquistaneses podem não estar conseguindo usar o bitcoin. E isso é preocupante, afinal um de seus maiores usos é ser um ativo incensurável por governos.

Esta importância do Bitcoin é destacada por Andreas Antonopoulos em uma palestra em 2019.

“[O Bitcoin] não é importante para que você consiga comprar um café no Starbucks. Ele é muito importante para alguém comprar uma passagem de ônibus para a Turquia quando se mora na Síria.”

Ou seja, uma das principais raízes do Bitcoin é poder ser utilizado em situações extremas, como a que está acontecendo no Cazaquistão no momento. Todavia, vale questionar se isso está sendo possível.

Embora existam meios de realizar transações de Bitcoin sem internet, usando ondas de rádio ou SMS, estes ainda são métodos poucos conhecidos. Por conta disso, é preciso pensar em cenários como este em que os cazaquistaneses estão vivendo.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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