A vida não está fácil para quem investe em empresas com rendimentos em criptomoedas garantidos. Para o investidor José Humberto Teodoro Fernandes, que havia investido na possível pirâmide financeira TraderGroup, um recurso foi negado pela justiça.
Com sede no Espírito Santo, a empresa tem tido problemas para pagar seus investidores. Desde abril de 2019 há uma ordem para que a referida suspenda suas atividades, que envolviam captar clientes para investimentos em criptomoedas como o Bitcoin. Além disso, em maio de 2019 uma operação policial visitou a empresa, com busca e apreensão sendo conduzida.
José teria entrado na justiça contra o Ministério Público Federal e Polícia Federal/ES. A ação buscava reaver seu investimento, mediante a disponibilidade de bens aprendidos na operação contra a TraderGroup.
Investidor de empresa acusada de pirâmide financeira tem recurso negado na justiça
Em maio de 2019, a operação Madoff mirou as atividades da TraderGroup. Cerca de 40 agentes de Polícia Federal atuaram em um mandado de busca e apreensão na sede da empresa, na capital do Espírito Santo, Vitória.
Estima-se que foram encontrados em posse da empresa, entre carros de luxo e reais, vários bitcoins. Essas moedas digitais inclusive, poderão ser vendidas para pagar os lesados pelo golpe.
Entretanto, a atual investigação ainda não consegue definir a quantia investida por cada pessoa na TraderGroup. De acordo com o magistrado responsável pelo caso, o “dinheiro é fungível”, portanto de difícil rastreio, uma vez que a empresa trabalhava com cotas de investimentos.
Investidor não terá dinheiro restituído por hora
Para José, que postula a devolução do montante investido, a luta para reaver seu dinheiro poderá ser um pouco mais longa. O magistrado que acompanha o caso, Victor Yuri Ivanov Dos Santos Farina, indeferiu seu pedido.
A motivação para o indeferimento seria de que no atual curso da investigação ainda não foi possível definir a quantia investida por cada um na empresa investigada. Ou seja, deferir um pedido de antecipação de investimento de algum requerente poderia afetar demais clientes que investiram na empresa.
Noutros termos, os valores atingidos estavam em contas ou investimentos de titularidade dos investigados, não sendo possível individualiza-los relativamente aos alegados investidores
Além disso, o magistrado que analisou o recurso na justiça do investidor José afirmou que a quantia encontrada vinha de contas da própria empresa. Ou seja, as investigações ainda não conseguem definir o quanto cada investidor teria.
A decisão do magistrado Victor Hugo saiu em Diário da Justiça no dia 26 de dezembro. A medida pode abrir precedentes para outros investidores que estariam pensando em ingressar com pedidos da mesma espécie.
De fato, a TraderGroup também foi investigada pela CVM, que inclusive emitiu nota contra as atividades da empresa. Para um investidor reaver a quantia investida na possível pirâmide, contudo, poderá demorar mais um tempo, visto que a justiça ainda apura o caso.