Investidores deveriam estar animados com queda do Bitcoin, diz analista

Embora o Bitcoin tenha caído 10% nas últimas duas semanas, a verdade é que seu preço está nessa região desde fevereiro, flutuando entre os US$ 60.000 e os US$ 72.000. Ou seja, a recente correção está longe de ser uma preocupação, mas nem todos pensam assim.

Os investidores Scott Melker e George Tung analisaram a situação atual do mercado de criptomoedas em conversa publicada na última terça-feira (18). No momento desta redação, o Bitcoin está cotado a US$ 64.800, apresentando queda de 10% nas últimas duas semanas.

Segundo Melker, que possui um canal no YouTube com 150 mil seguidores, o que mais está lhe incomodando é o índice de medo e ganância. Isso porque esses dados ainda apontam que o mercado está animado, mas o que se vê por aí é pânico.

“Investidores frequentemente olham para o sentimento para determinar o estado do mercado e entender o que acontecerá em seguida”, disse Melker. “Apesar da queda no preço do Bitcoin e da desvalorização das altcoins, o índice de medo e ganância do mercado cripto sugere ganância.”

“Acho que o índice de medo e ganância é uma daquelas fontes que podemos usar, mas precisamos considerá-la com cautela às vezes porque, no momento, simplesmente não faz muito sentido”, respondeu Tung, dono do canal CryptoRUs, que possui 750 mil seguidores.

Atualmente existem dois índices famosos. O mais antigo é do Alternative.me, o outro é do CoinMarketCap. Segundo a primeira fonte, o Bitcoin está no nível “60”, ou seja, ganância. No mês passado, ele estava em ganância extrema.

Índice de medo e ganância do Bitcoin. Fonte: Alternative.me.
Índice de medo e ganância do Bitcoin. Fonte: Alternative.me.

Já a ferramenta do CoinMarketCap está no nível “52”, considerado um sentimento neutro do mercado. Ao contrário de seu concorrente, o CMC foca em todas as criptomoedas e não apenas no Bitcoin, o que explica a diferença dos valores.

Índice de medo e ganância do mercado de criptomoedas. Fonte: CoinMarketCap.
Índice de medo e ganância do mercado de criptomoedas. Fonte: CoinMarketCap.

Bitcoin está se mostrando forte, apontam analistas

Embora o Bitcoin tenha caído 10% nas últimas duas semanas, a verdade é que seu preço está nessa região desde fevereiro, flutuando entre os US$ 60.000 e os US$ 72.000. Ou seja, a recente correção está longe de ser uma preocupação, mas nem todos pensam assim.

“Você olha para o Bitcoin sendo negociado na faixa dos US$ 65.000, são preços excepcionalmente altos para esta parte do ciclo.”

“Você pensaria que as pessoas estariam animadas”, disse Scott Melker. “No entanto, o engajamento da comunidade e as métricas sociais sugerem uma história diferente — de medo e até depressão.”

Consolidação do Bitcoin. Fonte: TradingView.
Consolidação do Bitcoin. Fonte: TradingView.

Adicionando seu comentário, George Tung notou que o sentimento das pessoas muda rapidamente. Ou seja, os US$ 60.000 já foram motivo de euforia, mas hoje representam medo e até mesmo desinteresse.

“As altcoins tiveram uma grande alta em março porque o Bitcoin atingiu uma alta histórica. Agora estamos em queda, e as pessoas estão sentindo medo porque as altcoins caíram mais do que o Bitcoin.”

Outra métrica que confirma isso é a dominância do Bitcoin, atualmente em 54%, frente a todos outras criptomoedas. Esse é o maior nível desde abril de 2021, há pouco mais de 3 anos.

Dominância do Bitcoin está crescendo lentamente desde o colapso da FTX. Fonte: CoinMarketCap.
Dominância do Bitcoin está crescendo lentamente desde o colapso da FTX. Fonte: CoinMarketCap.

Esses dados mostram que o Bitcoin está sendo mais resiliente que outras criptomoedas. No entanto, investidores de BTC não devem se contaminar pelo sentimento de medo de quem está investindo em outros projetos do setor.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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