IoT e criptomoedas: casamento perfeito

A principal aposta para a próxima fronteira da inovação tecnológica é a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT). A IoT nada mais é que conexão entre bens ou itens de uso diário à Internet, como carros, geladeiras, semáforos, etc. Já tem uma penca de estudos de gente séria por aí falando em bilhões de coisas conectadas. Ainda, tem outros estudos estimando em trilhões de dólares o impacto da IoT na economia. Mas, então, como as criptomoedas entram nessa jogada?

O que é a Internet das Coisas (IoT)?

Hoje vou apresentar o primeiro artigo de uma série sobre o potencial existente entre cirptomoedas e IoT. Nesse primeiro artigo, vamos entender um pouco mais sobre IoT e os desafios dessa tecnologia, mostrando como as criptomoedas podem ser uma resposta a esses desafios. Nos demais artigos dessa série iremos mostrar as principais moedas que buscam ocupar esse espaço na IoT.

Assim, antes de falarmos de como as criptomoedas estão se preparando para o desenvolvimento do IoT, vale a pena dar uma noção do impacto dessa nova revolução tecnológica.

Vamos  começar com alguns números. A Mckinsey, uma das maiores consultorias do mundo, estima que em 2025 a IoT vai gerar receitas mundiais entre US$ 3,9 e US$ 11 trilhões de dólares. Ainda, segundo essa consultoria, o mercado de IoT vai contribuir com até 11% da riqueza mundial.  Também nessa linha, a BI Intelligence estima que em 2020 teremos no mundo mais de 34 bilhões de “coisas” conectadas à Internet.

Esses bilhões de dispositivos conectados não serão apenas carros e eletrodomésticos, mas também equipamentos agrícolas, braços-mecânicos, pluviômetros, etc. Dessa forma, esses bilhões de equipamentos estarão todos conectados à internet e interagindo entre si, trocando informações e dados. Essa interação será utilizada para melhorar a vida dos cidadãos, aumentar a produtividade das empresas, melhorar a prestação dos serviços públicos, dentre outras coisas.

Chega de semáforos burros!

Só para termos um exemplo bem óbvio. Quantas vezes você leitor ficou parado no trânsito esperando um sinal abrir em um cruzamento, sendo que não havia nenhum carro ou pedestre passando. Multiplique esse tempo por todas as pessoas presas no trânsito e você terá uma ideia do tempo desperdiçado em função de semáforos “burros”. Entretanto, se os nossos carros estivessem conectados com os semáforos, certamente teríamos uma sinalização muito mais eficiente, minimizando o tempo perdido no trânsito.

Essa é só uma das formas como a conexão entre as coisas (semáforos e carros) pode ajudar no dia-a-dia das pessoas. Imagine agora o que será possível ao se conectar carros com outdoors;drones com caixas-eletrônicos e a rede elétrica; sensores em caixas de pizza. Um mundo de oportunidades se abre.

IoT e o problema da confiança

Se você parar para pensar, a grande maioria das interações entre as coisas no mundo IoT vai acontecer sem nenhuma interação humana. Ou seja, quando seu carro se conectar com um outdoor em uma avenida e, com base no seu histórico de navegação na Internet, o outdoor divulgar um anúncio de hotéis em Cuba, tudo isso vai acontecer sem você perceber.

De tal modo, para que esse mundo IoT se torne realidade será fundamental que as pessoas confiem em todo esse sistema integrado de dispositivos. Caso contrário, as pessoas não vão querer que suas informações fiquem sendo trocadas de forma descontrolada.

Assim, confiança é uma característica essencial para que a IoT se torne uma realidade. Mas como conquistar a confiança do cidadão comum? Como convencê-lo a fornecer suas informações e dados? Como convencê-lo a deixar a sua vida ser completamente afetada por sistemas de inteligência artificial dando comandos para bilhões de dispositivos conectados?

O segredo da confiança está na transparência e na imutabilidade. Se as pessoas puderem, a qualquer momento e de forma fácil, verificar as transações realizadas no mundo IoT, tendo certeza de que aqueles registros não foram alterados (adulterados ou manipulados), então será possível obter a confiança do cidadão comum.

Transparência e imutabilidade são as características fundamentais do blockchain. Nesse sentido, parece bastante natural o casamento entre IoT e blockchain. São duas tecnologias nascidas uma para a outra. No fim do dia, as interações entre os bilhões de dispositivos conectados não são nada mais que transações entre si.

Desafio para as criptomoedas

Mas que transações serão essas? Podem ser transações de pequeno valor agregado, como a caixa de pizza que avisa uma central quando ela for aberta. Ainda, podem ser transações de alto valor agregado, como o registro de produção de uma colheitadeira de grãos automatizada.

Também, podem ser transações que demandem um curto espaço de tempo. Por exemplo, uma imagem colocada em um outdoor inteligente enquanto seu carro passa na frente dele. Ou que possam demorar mais um pouco, como a abertura de um sinal de trânsito.

Essa diversidade quase que inconcebível de casos de uso representa um grande desafio para as criptomoedas no mundo IoT. Se as transações forem muito custosas, modelos de negócio de IoT poderão ser inviabilizados, especialmente aqueles de menor valor agregado. Por outro lado, se as transações demorarem demais para serem verificadas, inviabilizarão aplicações que sejam mais sensíveis ao tempo.

Mas e se simplesmente essas transações não forem registradas e validadas? Bom, nesse caso, não se terá a segurança necessária para inspirar confiança nas pessoas. O usuário não vai confiar que seus dados estão sendo devidamente utilizados, como por exemplo, no recente escândalo do Facebook. Ou não vai confiar no que os dispositivos estão fazendo, ou na inteligência artificial por trás deles.

E assim viveram felizes para sempre…

Ou seja, se a IoT for uma caixa-preta que ninguém sabe como funciona, dificilmente inspirará a confiança nas pessoas. Sem essa confiança, a IoT não representará uma revolução na vida das pessoas. Sem confiança, a IoT mas será apenas uma aplicação chique para alguns casos específicos.

Nesse ponto é que entram as criptomoedas. Você deve ter percebido que não usei “aqui é que entra o blockchain”. E por quê? Justamente porque existem diversas criptomoedas que estão mirando e se preparando para o futuro da IoT. Entretanto, nem todas usam a tecnologia do blockchain.

Portanto, pela necessidade do mundo IoT inspirar confiança nos usuários, e pela confiança ser traduzida em transparência e imutabilidade, podemos reforçar que a IoT e as criptomoedas foram feitas uma para a outra. Por isso, é certo que IoT e criptomoedas serão pilares da próxima revolução tecnológica.

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Carlos Baigorri
Carlos Baigorri
Graduado em Ciências Econômicas pela Universidade de Brasília (UnB), com mestrado e doutorado em Economia pela Universidade Católica de Brasília (UCB). Na área de telecomunicações desde 2006, foi consultor e analista de informações setoriais em associação de operadoras celulares. Também atuou como professor de graduação na Universidade Católica de Brasília (UCB), no Instituto de Ensino Superior de Brasília (IESB) e no Instituto Brasileiro de Mercados de Capitais (IBMEC). Escreveu artigos e capítulos de livros publicados no Brasil e no exterior. É servidor de carreira da Anatel desde 2009, onde foi Superintendente-executivo, Superintendente de Competição, Chefe da Assessoria Técnica, Superintendente de Controle de Obrigações. Foi Conselheiro de outubro de 2020 a abril de 2022, quando se tornou Presidente Executivo e Presidente do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações. Início de Mandato: 14 de abril de 2022.

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