A Polícia de Israel anunciou nesta terça-feira (10) que conseguiu congelar criptomoedas do Hamas, ativos que vinham sendo arrecadados pelo grupo terrorista através de doações nas redes sociais.
De acordo com a mídia local, a ação foi realizada pela unidade cibernética do Lahav 433 em parceria com a Sede Nacional de Guerra Econômica contra o Terrorismo (MTL) do Ministério da Defesa, o Shin Bet e outras agências de inteligência do país.
Simultaneamente, a unidade cibernética da polícia israelense também congelou uma conta do Hamas no banco Barclays. A conta estava sendo divulgada pelos terroristas como uma forma de receber doações.
Binance ajuda apreender fundos, mas fica em saia justa
Com o início recente dos conflitos, o Hamas iniciou uma campanha massiva em plataformas digitais, solicitando doações em criptomoedas. A unidade cibernética, em conjunto com a MTL, atuou rapidamente para identificar e congelar tais contas.
Para isso, contou com a colaboração da Binance, que ajudou a redirecionar os fundos para as autoridades. No entanto, a empresa foi questionada por uma série de práticas.
Em março deste ano, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) entrou com uma ação judicial contra a Binance, seu CEO, Changpeng Zhao, e Samuel Lim, ex-diretor de conformidade da empresa.
Na época, os reguladores americanos alegaram que a Binance havia violado oito seções da lei de negociação de valores mobiliários, incluindo leis que exigem a adoção de regras “destinadas a prevenir e detectar lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.”
De acordo com o site israelense calcalist.co.il, documentos sugerem que a Binance estava ciente de “transações do Hamas” em sua plataforma e, Samuel Lin, chefe de compliance da empresa, tentou minimizar o problema, alegando que terroristas geralmente movimentam “pequenas quantias”.
Enquanto isso, um funcionário da empresa chegou a fazer um comentário controverso, afirmando que com US$ 600 “mal conseguia comprar um AK47”.
“Os próprios e-mails e bate-papos dos réus refletem que os esforços de conformidade da Binance foram uma farsa e a Binance escolheu deliberadamente – repetidamente – obter lucros em vez de seguir a lei”, disse Gretchen Lowe, Diretora Adjunta Principal e Conselheira Chefe da Divisão de Execução da CFTC.
Mais tarde, o CEO da Binance disse que o processo da CFTC parecia “conter uma narração incompleta dos fatos” e contestou “a caracterização de muitas das questões alegadas na queixa”.
Zhao também afirmou que a Binance foi a primeira corretora não-americana a implementar um programa obrigatório de KYC, notando que seus sistemas têm diversos meios para realizar bloqueios, incluindo IP, bancos e outros.
Por fim, a Polícia de Israel e das Forças de Defesa de Israel reforçaram o compromisso conjunto em combater o financiamento do terrorismo, afirmando que continuarão a proteger ativos financeiros estratégicos e combater as fontes de financiamento de organizações terroristas.