O JPMorgan comprou os ativos do último banco falido dos EUA, o First Republic Bank (NYSE: FRC). A situação da instituição financeira preocupa investidores de todo o mundo, que acompanham de perto o colapso de vários bancos no país.
Com a falência do banco confirmada pelo mercado nos últimos dias, o preço do bitcoin chegou a valorizar no mercado. A reação da moeda digital envolve um temor com o setor bancário dos Estados Unidos e um temor com a possível impressão de mais dólares na economia.
De acordo com a agência Reuters, o JPMorgan confirmou nesta segunda-feira (1), que comprou os ativos do FCR, o que deve aliviar a situação do banco falido.
Mesmo assim, o mercado segue temendo que o colapso do First Republic Bank, considerada a maior falência desde o Washington Mutual, em 2008. Ao adquirir 10 bilhões de dólares em ativos, o JPMorgan enviará o recurso diretamente ao FDIC dos EUA, espécie de FGC do país.
Falência do banco será ordenada e diferente de outras quebras de 2023
O que tem chamado atenção do mercado financeiro dos EUA é o fato de que a falência do First Republic Bank tem uma abordagem diferente de outros bancos que quebraram em 2023.
Isso porque, foi autorizado pela justiça dos EUA que sua falência continue de forma ordenada. Assim, não caberá totalmente aos reguladores a garantia dos depósitos dos clientes na instituição.
No mês de abril de 2023, as ações na bolsa de valores do FRC despencaram 75%, com o temor de investidores com a nova quebra. No consolidado do ano, as ações do First Republic Bank caíram 97%.
Em nota para a Reuters, o presidente da Great Hill Capital, Thomas J. Hayes, declarou que a culpa é do Fed, o banco central dos EUA. De acordo com ele, após a quebra de três bancos nos EUA, não se pode mais culpar a administração dos bancos, supondo que os casos seguem isolados.
Gestor brasileiro acredita que o Fed pode ter culpa pela situação crítica que afetou o bitcoin
Lendel Vaz Lucas, Co-CEO iVi Technologies, gestora de investimentos quantitativos no Brasil, disse ao Livecoins que a situação do First Republic Bank é crítica.
“O First Republic Bank nos EUA está enfrentando uma situação crítica, com suas ações caindo 93% no último ano e 35% em um único dia. Há uma ampla expectativa de que o governo dos EUA possa intervir e assumir o controle do banco em breve, já que não há interesse de compradores em adquirir essa instituição financeira em dificuldades. Com um déficit de 25 bilhões de dólares em seu balanço patrimonial e a retirada de 100 bilhões de dólares pelos investidores, a situação financeira do banco é bastante grave.
Além disso, há um total de 186 bancos nos EUA com perdas não realizadas que ultrapassam 620 bilhões de dólares. Essa notícia afetou o mercado de criptomoedas, com o Bitcoin tendo uma alta em resposta à preocupação com a situação bancária.
Por fim, é importante considerar que a impressão de dinheiro pelo Banco Central dos EUA para salvar instituições financeiras em dificuldades pode ter consequências negativas e aumentar o risco para a economia.”
Vale lembrar que, antes do First Republic Bank, o Silicon Valley Bank e o Signature Bank também quebraram. Na Suíça, o gigante Credit Suisse possou por resgate para evitar um colapso bancário na Europa.
Com a queda dos bancos “menores”, muitos acompanham de perto o crescimento das instituições grandes em meio a crise, como o próprio JPMorgan, por exemplo.
Como previsto, os bancos grandes ficam ainda maiores numa crise bancária.
“JPMorgan to Acquire Failed Regional Bank First Republic “ https://t.co/aIA7r6vBsK
— Fernando Ulrich (@fernandoulrich) May 1, 2023