A Justiça paulista determinou, nesta quarta-feira (18/9), o bloqueio de R$ 93.762,79, pertencentes à Valour Invest e a um de seus sócios em oito exchanges.
O bloqueio é resultado de uma ação solicitando ressarcimento a um cliente. O processo tem o número 1048448-20.2019.8.26.0002 e está na 14ª Vara Cível da capital.
As oito as exchanges afetadas são as seguintes: Huobi Tecnologia, Foxbit Serviços Digitais S.A., Mercado Bitcoin Serviços Digitais LTDA., Braziliex Moedas Virtuais LTDA., Peertrade Digital LTDA., BFXww Inc, BTC Korea, Binance Holdings e Bittrex.
Chama a atenção o formato usado pela justiça para solicitar o arresto: na verdade, o juiz determinou que o próprio autor da ação, Julio Roberto Pardo de Paula, entregue a decisão às exchanges usadas pelo réu. Vejamos o texto da decisão:
“1.1.A presente decisão servirá como ofício, a ser entregue pelo autor aos destinatários, os quais deverão bloquear os ativos existentes em nome dos réus e detalhá-los ao juízo em quinze dias, enviando as informações ao e-mail upj9a14cv@tjsp.jus.br.”
Além dos valores em conta, a decisão determinou ainda o arresto de fração de um imóvel de propriedade do dono da empresa.
Sobre a empresa
Sobre a Valour Invest, o próprio site da empresa afirma que ela foi fundada em 2016 e que é a “a primeira empresa brasileira especializada em gestão de criptoativos”. Segundo o site, a empresa monitora “constantemente o mercado de criptoativos, buscando oportunidades, antecipando e delineando novas tendências de mercado” e que quer ser “a maior referência em gestão de criptoativos”.
A reportagem de Livecoins entrou em contato com a Valour Invest para solicitar posicionamento sobre a decisão e, assim que tivermos o retorno, publicaremos a resposta.
No site Reclame aqui, constam 22 reclamações contra a empresa, 13 delas sobre não cumprimento dos acordos com clientes. O site só traz reclamações a partir de 2018, mesmo a empresa afirmando atuar há mais tempo.
Em agosto deste ano, dois sócios da Valour Invest foram indiciados, acusados de terem ajudado no assassinato do advogado Francisco de Assis Henrique, morto em junho na Av. Washington Luís, em São Paulo, num posto de gasolina.
Segundo informações divulgadas na época pela Rede Globo, os sócios teriam intermediado a contratação dos assassinos. O motivo do assassinato seria uma dívida de R$ 2,5 milhões que os mandantes do crime teriam com o advogado.