Libaneses ateiam fogo em bancos após não conseguirem sacar dinheiro

Nos últimos meses, o país assistiu a uma onda de assaltos a bancos em que clientes revoltados, às vezes armados, invadiram agências para "roubar" o próprio dinheiro.

Centenas de pessoas atearam fogo em vários bancos em Beirute, capital do Líbano, na última quinta-feira (16), em protesto contra a desvalorização da moeda local em relação ao dólar americano.

Os manifestantes libaneses revoltados decidiram destruir os bancos após as instituições bancárias comerciais chegarem ao 10º dia de greve e impedir que os cidadãos tenham acesso ao próprio dinheiro.

De acordo com sites locais, as pessoas quebraram várias janelas e portas de pelo menos cinco bancos na área de Badaro da cidade, e atearam fogo em pneus do lado de fora.

“Os bombeiros extinguiram um incêndio que começou nos bancos Audi e Fransabank na localidade de Badaro, em Beirute”, disse o Conselho Municipal de Beirute em um comunicado, segundo a agência de notícias nacional libanesa NNA.

Libaneses ateiam fogo em bancos

Os manifestantes saquearam vários bancos em Trípoli, enquanto outros fecharam estradas em Beirute e no Vale do Bekaa, e o exército foi acionado como uma medida “preventiva”.

“O que está acontecendo hoje é muito normal. É uma reação emocional”, disse um manifestante. “Os bancos estão sempre trabalhando para aqueles que estão protegidos. Mas são as pessoas comuns que estão pagando o preço de todas as decisões tomadas”, acrescentou.

Pelo menos seis bancos — Fransabank, Bank Audi, Creditbank Byblos Bank, BBAC e Banque Libano-Française — foram incendiados em Badaro, enquanto manifestantes atiravam pedras e quebravam as fachadas de outros estabelecimentos, diz o site local Orientle Jour.

Em Trípoli, manifestantes furiosos saquearam vários bancos, e pelo menos um grupo de manifestantes iniciou um incêndio em frente a uma agência do Banco Audi.

Uma filial do BBAC vandalizada em Badaro, Beirute, em 16 de fevereiro de 2023. (Crédito: Philippe Hage Boutros/L'Orient Today)
Uma filial do BBAC vandalizada em Badaro, Beirute, em 16 de fevereiro de 2023. (Crédito: Philippe Hage Boutros/L’Orient Today)
Um cliente do banco quebra o vidro da entrada do banco BBAC durante um protesto organizado pelo Depositors' Outcry, no bairro de Badaro em Beirute, Líbano. EPA
Um cliente do banco quebra o vidro da entrada do banco BBAC durante um protesto organizado pelo Depositors’ Outcry, no bairro de Badaro em Beirute, Líbano. EPA – Thenationalnews

O corpo de Bombeiros da cidade de Beirute conseguiu apagar um incêndio que ocorreu em dois bancos da cidade. As equipes de bombeiros atuaram rapidamente para intervir e controlar o incêndio, evitando que se alastrasse a outras partes do edifício e zonas envolventes.

O incidente destaca a fragilidade contínua do setor bancário no Líbano, atormentado por controles de capital e restrições a saques desde o final de 2019.

Muitos libaneses têm lutado para acessar seus próprios fundos nos bancos, o que levou alguns a irem às ruas em protesto.

Depois que os manifestantes se dispersaram, um alarme de invasão tocou sem parar na agência Fransabank de Badaro enquanto funcionários inspecionavam os danos causados.

Uma mulher, ao chegar para sacar dinheiro em um caixa eletrônico queimado e coberto de gasolina, foi informada por um funcionário que a greve dos bancos significava que eles não estavam abastecendo os caixas eletrônicos com dinheiro.

Líbano em crise

No início deste mês, o Banco Central do Líbano cortou a taxa de câmbio oficial da libra libanesa, mudando-a de 1.507,5 para 15.000 libras por dólar.

A depreciação da moeda local, bem como o agravamento da crise econômica que atinge o país do Oriente Médio desde 2019 e um impasse político, se aprofundaram nos últimos dois meses.

Os bancos libaneses estão em greve há 10 dias, com apenas poucos caixas eletrônicos funcionando.

Os bancos impõem restrições ilegais aos clientes desde o início da crise econômica no Líbano em 2019, limitando saques e transferências, fazendo parte da população recorrer às criptomoedas e Bitcoin.

Dada a crise do país, muitos libaneses estão buscando amparo nas criptomoedas. Afinal, uma das características mais marcantes em moedas como Bitcoin é que elas não podem ser confiscadas por terceiros quando armazenadas em local seguro.

Nos últimos meses, o país assistiu a uma onda de assaltos a bancos em que clientes revoltados, às vezes armados, invadiram agências para “roubar” o próprio dinheiro.

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