Nota de dólar e moedas de Bitcoin sobre exchange de criptomoedas.
Um estudo publicado pela Forbes aponta que mais da metade do volume de bitcoin é provavelmente falso. No total, 157 corretoras de criptomoedas foram avaliadas, incluindo algumas que operam no Brasil.
Como destaque, a matéria também cita a discrepância nos números apresentados pelas empresas de análise com maior reputação no mercado, como CoinMarketCap, CoinGecko, Nomics e Messari. Tal diferença ultrapassa os 90% entre duas delas.
Apesar de supor que mais da metade do volume de negociações são falsos, a Forbes nota que tais números ainda são gigantes. Contudo, aponta que o caso pode ser bem pior para as altcoins, principalmente aquelas que, ao contrário do Bitcoin, são ignoradas por legisladores.
Conhecido como “wash trading”, tal técnica se resume como a criação de volumes de transações falsos dentro de uma corretora. Sendo assim, tanto o ativo quanto a corretora em questão aparentam ser mais populares e líquidos do que realmente são para atrair outros investidores, que gerarão volumes reais.
Sendo assim, a Forbes classificou 157 corretoras de Bitcoin em três grupos. O primeiro deles é o mais legítimo, com 0 a 25% de volume supostamente falso. Em seguida, no Grupo 2, exchanges com 26% a 79%, seguido pelo Grupo 3, com uma porcentagem de 80 a 99.
“Mais da metade de todo o volume de negociação relatado é provavelmente falso ou sem valor econômico. A Forbes estima que o volume diário global do bitcoin foi de US$ 128 bilhões em 14 de junho. Isso é 51% menor do que os US$ 262 bilhões que se obteria com a soma do volume auto-relatado de várias fontes.”
No topo aparecem exchanges americanas, com forte regulamentação, como a Binance US, FTX e Coinbase. Bem como outras famosas mundialmente como a Kraken e também a brasileira Mercado Bitcoin.
Já na outra ponta estão corretoras desconhecidas até mesmo pelos investidores mais assíduos. Como destaque podemos citar a HitBTC, acusada em 2019 de ser o golpe mais duradouro da indústria.
Enquanto a Binance US aparece no topo da lista, a própria Binance aparece com um possível falso volume de 45% de seu total. Considerada como a maior exchange do mundo, foi descrita como sendo um “elefante na sala” pela Forbes.
“Mesmo após um desconto de 45% em seu volume, a Binance ainda gera o equivalente a 27,3% de todo o volume de negociação “real”. Não há outra exchange de criptomoedas que possa igualar seu poder de mercado, e tem sido assim nos últimos dois anos.”
Sem enfrentar muita pressão regulatória, e, ao mesmo tempo, cooperando com tais agências, a Binance é tratada pela Forbes como uma barreira para que um ETF de Bitcoin à vista seja aprovado no futuro. Afinal, reguladores precisam “estar confortáveis” com a mesma dominando o mercado.
Finalizando, o artigo da Forbes comenta não ter encontrado evidências que stablecoins ajudem a falsificar volumes em corretoras de Bitcoin. O mesmo acontece com os mercados futuros e exchanges decentralizadas. De qualquer forma, a revista promete investigar tais temas mais a fundo no futuro.
Entretanto, a descoberta que mais de metade do volume do Bitcoin possa ser falso acaba gerando duvidas sobre outras criptomoedas que não possuem tanta regulamentação quanto a maior do mercado. Sendo assim, é possível que altcoins tenham seu volume adulterado, em um grau muito maior, para atrair novos investidores.
Por fim, o estudo também analisa o Bitcoin contra outros moedas além do dólar, como euro, iene e won sul-coreano, mostrando seus crescimentos conforme este é um mercado global.
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