Metamask começa coletar IP de usuários e causa indignação

Em grupos e redes sociais os usuários da carteira disseram estar revoltados com a situação, afirmando que deixarão de usar a plataforma para usar outras soluções.

A empresa por trás da MetaMask, a carteira de criptomoedas mais popular do mundo, atualizou sua política de privacidade e, como parte das novas disposições, começará coletar endereços de IP de seus usuários a partir de hoje.

A atualização afeta os usuários que usam o Infura como provedor de “chamada de procedimento remoto” (RPC) na MetaMask, o provedor RPC padrão em todas as carteiras.

O que é muito importante – de acordo com as informações publicadas, é que os usuários da MetaMask têm a opção de alterar o RPC do Infury para outro provedor qualquer – então seus dados não serão coletados pela Consensys.

No entanto, diz a empresa, eles ainda “estarão sujeitos a quaisquer políticas de coleta de informações do novo provedor de RPC de sua escolha.”

Uma seção da postagem descreve as informações coletadas:

“Quando você usa o Infura como seu provedor RPC padrão na MetaMask, o Infura coleta seu endereço IP e o endereço da sua carteira Ethereum quando você envia uma transação.”

Além do IP, a Metamask pode coletar por meio do Infura, dados fornecidos pelo usuário, como informações de identidade (nome, sexo, data de nascimento etc.), informações de perfil (incluindo nome de usuário e senha), informações de contato, informações financeiras e de transações, entre outros. 

Há também dados que são coletados automaticamente, como dados de log e páginas e recursos navegados, bem como informações obtidas de outras fontes de terceiros.

A empresa informou ainda que nomeou um Encarregado de Proteção de Dados, cuja função é garantir o cumprimento das “responsabilidades decorrentes da legislação de proteção de dados aplicável”.

Usuários criticam

A notícia sobre a nova política da MetaMask rapidamente se espalhou pela internet e causou uma indignação coletiva muito justa.

Um advogado e defensor da descentralização classificou a coleta de IPs como “sinistra” e argumentou que tais disposições nas políticas de privacidade da empresa não podem ser ignoradas, porque, em sua opinião, fazem parte de pequenos passos para o controle total das instituições financeiras governamentais sobre os “inconscientes deste mundo.”

Em grupos e redes sociais os usuários da carteira disseram estar revoltados com a situação, afirmando que deixarão de usar a plataforma para usar outras soluções.

“É simplesmente bizarro o quão centralizada a indústria é”, disse um usuário no Reddit.

“Não bizarro, na verdade bastante inevitável quando você pensa sobre isso. Os governos/reguladores não vão deixar a descentralização passar como têm feito nos últimos anos e este mercado de urso é o melhor momento para eles reprimirem. Portanto, eles estão fazendo todo o possível para forçar os grandes players a cumprir, caso contrário, essas empresas (por exemplo, metamask) não poderão operar.” – disse outro.

A preocupação com a coleta de IP é justificável porque, de certa forma, governos poderiam obter a identidade dos detentores de criptomoedas através do IP, o que é contra-intuitivo às ideias das criptomoedas.

Além disso, as criptomoedas foram criadas com o benefício do uso anônimo, a coleta de IPs, portanto, exclui completamente o anonimato.

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