O lendário trader Michael Burry dedicou um tempo para falar sobre a queda do ouro no mercado, que pode ter relação com as criptomoedas.
Conhecido como o investidor que previu a crise de 2008, ele compartilhou com seus seguidores do Twitter sua visão sobre o preço do metal precioso, que é utilizado como proteção de patrimônio há muitos séculos.
Em uma nova crise na economia global o ouro segue cotado praticamente no mesmo valor em que estava no ano de 2011, quando atingiu o seu ápice de valor, em meio a um momento de tensão nos mercados.
Para Michael Burry, uma década depois o ouro segue valendo em relação ao dólar o mesmo valor, o que chamou de “pitoresco”, ou seja, curioso e bizarro. Vale notar que a inflação neste meio tempo pode ter ainda eliminado qualquer ganho com o metal, mas o trader não entrou nesse mérito em sua análise.
“Em 2011, o ouro se recuperou fortemente à medida que a batalha pelo limite da dívida se intensificou. Dias arrebatadores para o ouro. Sem consciência de criptomoedas. Temas monetários sólidos refletidos em um ambiente aparentemente vencido de ZIRP (Política de taxa de juros zero). Pitoresco agora. Uma década depois, ouro no mesmo nível, ZIRP ainda aqui. Ainda vencido.”
O que está acontecendo com o preço do ouro que despertou até críticas de Michael Burry?
O medo com a inflação mundial, principalmente nos Estados Unidos, onde a taxa de juros da economia segue próxima de zero, é grande entre investidores do mercado. Com o desemprego ainda sendo uma sombra das políticas monetárias, a impressão de dinheiro não tem mostrado resultados na principal potência.
Como ativo de proteção a inflação, muitas pessoas esperavam que o ouro pudesse ajudar na proteção de patrimônio, mas o desempenho do metal está ruim em 2021. No consolidado do ano, por exemplo, o retorno do ouro é negativo, cenário que piora ainda mais com a inflação em vários países.
Com 7% de desvalorização no ano em relação ao Dólar, o ouro segue cotado em US$ 1.750,00, mesmo valor que estava em 2011, quando atingiu o ápice de valor. Em 2021, o Bitcoin já deu aos seus apoiadores um retorno de 87%, cotado hoje em US$ 54 mil cada.
Crítico do Bitcoin, Michael Burry também não tem gostado de ver a inflação dos Estados Unidos, culpando o banco central por suas políticas monetárias. Entre as razões para suas críticas, o veterano trader disse recentemente que o dinheiro fácil dado a população não tem gerado riqueza, visto que muitos não procuram trabalho e estão até engordando.
Na visão dele, com a inflação nos níveis da década de 70 as pessoas irão ter que voltar ao trabalho.