Cinco grandes escritórios de advocacia dos Estados Unidos ingressaram na justiça contra a Strategy (ex-MicroStrategy) desde maio de 2025, alegando que a sua estratégia de comprar bitcoin no mercado afirmando que a rentabilidade seria alta é uma fraude mobiliária.
Um dos primeiros processos coletivos partiu do escritório Pomerantz LLP, que ganhou um processo de bilhões de dólares contra a brasileira Petrobras nos últimos anos. Neste processo, a Pomerantz tenta convencer investidores a se unir ao processo coletivo contra a Strategy.
“Esta é uma ação coletiva de valores mobiliários federais em nome de uma classe composta por todas as pessoas e entidades, exceto os réus, que compraram ou de outra forma adquiriram títulos da Strategy entre 30 de abril de 2024 e 4 de abril de 2025, buscando recuperar danos causados por violações das leis federais de valores mobiliários pelos réus“, diz a Pomerantz.
As outras quatro firmas a seguir o movimento e ingressar com processo são os escritórios Gross Law Firm, BG&G LLC, Kessler Topaz Meltzer & Check e, por fim, Levi & Korsinsky.
Qual a razão de cinco escritórios de advocacia ingressaram com processo coletivo contra a ex-MicroStrategy por sua estratégia com bitcoin?
A companhia Strategy (NASDAQ: MSTR), que se denomina como uma Companhia de Tesouraria de Bitcoin, entrou na mira de cinco escritórios de advocacia famosos. Os processos ocorrem em nome dos investidores que compraram ações da companhia desde 2024.
Isso porque, os escritórios afirmam que a MicroStrategy supostamente enganou o mercado ao superestimar a rentabilidade de sua estratégia com bitcoin. Além disso, indicam que a companhia e o seu alto escalão, como Michael Saylor, bilionário também citado, não informaram corretamente os riscos associados a mudança contábil obrigatória, que altera o formato dos reportes de finanças.
Ainda segundo a alegação, tudo desmoronou em 7 de abril de 2025, quando um documento junto a SEC revelou o verdadeiro impacto da mudança contábil. Isso porque, a MicroStrategy informou que teria uma perda não realizada de US$ 5,91 bilhões em seus processos de compra de bitcoin apenas no primeiro trimestre de 2025.
Além disso, deixou claro que levaria um prejuízo líquido no período, alertando até que poderia não ser capaz de recuperar a lucratividade em períodos futuros.
O processo ainda cita a movimentação no mercado, visto que as ações da empresa caíram 8,67%. No processo, os escritórios que protocolam ações similares indicam que o momento em que a verdade foi revelada provou que as declarações otimistas anteriores eram falsas e enganosas, ao omitir riscos para investidores.
Escritórios dos EUA fiscalizam o mercado em busca de oportunidades de abrir processos contra empresas de capital aberto
Quando uma ação de uma empresa despenca após notícias negativas, escritórios de advocacia especializados entram em uma corrida para encontrar um “autor principal” (lead plaintiff).
Para ser nomeado pelo tribunal, o autor principal deve ter uma reivindicação e a capacidade de representar adequadamente os interesses do grupo.
A busca explica por que múltiplos escritórios anunciam investigações simultaneamente, visto que eles competem para encontrar o cliente com as perdas mais significativas, que terá mais chances de ser escolhido pelo juiz para liderar o caso.
Nos EUA, é uma realidade comum escritórios especializados buscarem processar empresas de capital aberto em busca de auferir lucros futuros, em acordos ou condenações.
