O Bitcoin pode salvar duas usinas nucleares dos Estados Unidos, que passam por um momento delicado em seus negócios no setor de energia.
A produção de energia com a tecnologia nuclear é considerada verde pelo mercado, visto que não há emissão de gases de efeito estufa. Contudo, essa indústria enfrenta uma concorrência do setor de usinas de gás natural e fontes renováveis, como a eólica e placas solares.
Algumas usinas dos Estados Unidos chegaram a desligar reatores devido à concorrência no mercado, mas uma luz digital surge para que o mercado volte a funcionar com sua capacidade total.
No último mês de julho, uma usina em Ohio fechou um contrato de cinco anos para mineração de Bitcoin, mostrando que essa atividade pode ser interessante no longo prazo.
Mineração de Bitcoin pode salvar as usinas nucleares dos Estados Unidos?
De acordo com o Pittsburgh Post-Gazette, grande veículo de imprensa da Pensilvânia, a mineração de Bitcoin pode ser a solução necessária para que as usinas nucleares dos Estados Unidos não encerrem suas atividades.
Empresários do setor estão buscando atrair empresas que mineram Bitcoin para o país, inclusive duas plantas da Pensilvânia, que estão com excesso de energia verde para oferecer a essas empresas.
Como a energia nuclear não emite gases estufa é considerada zero carbono, o que resolveria os problemas do Bitcoin associados ao meio ambiente, como acusações de poluição na mineração, por exemplo.
Na última semana, a Talen Energy anunciou um acordo com a TeraWulf Inc., uma empresa de mineração de criptomoedas de Maryland. Dessa forma, uma fábrica gigante geração de Bitcoin será instalada ao lado de uma empresa de reatores no norte da Pensilvânia.
A primeira fase deste grande projeto foi batizada de “Nautilus Cryptomine” e deverá custar cerca de R$ 2 bilhões (cerca de US$ 400 milhões) para entrar em funcionamento.
“Simbiose” é interessante a ambos os setores
Uma eventual simbiose entre usinas nucleares dos Estados Unidos e a mineração de Bitcoin é vantajosa a ambos os setores, destacou a publicação local.
Para os produtores de energia, eles dão uma saída para sua produção, que tem encontrado dificuldades de consumo com seus concorrentes.
Já para os mineradores de Bitcoin, energia mais barata, fontes previsíveis de fornecimento e um certificado de energia verde, algo que o setor tem sofrido pressão nos últimos meses.
Para John Kotek, vice-presidente do Instituto de Energia Nuclear, o setor está preparado para receber os mineradores.
“A energia nuclear está posicionada de maneira única para fornecer energia a empresas de mineração de criptomoedas e outros grandes usuários de energia que se comprometeram com um futuro livre de carbono”.
Os empresários de energia nuclear enxergam nas criptomoedas um caminho para adoção de sua energia em larga escala, visto que o consumo necessário para o funcionamento da rede Bitcoin é grande e deve crescer.
Apesar do entusiasmo da comunidade com essa possibilidade, o Senado dos EUA avalia criar regras duras para mineração de Bitcoin, o que pode atrapalhar estes planos.