Embora o preço do Bitcoin esteja quase estático há quatro meses, após uma grande queda, o poder computacional da maior criptomoeda do mercado não para de crescer, atingindo novos recordes históricos.
Em outras palavras, a concorrência está maior e, ao contrário da mineração de ouro, mais máquinas não significam um maior retorno. Afinal, a recompensa por cada bloco é de 6,25 bitcoins, número que cairá pela metade em 2024.
Com isso, gigantes da mineração estão em apuros. Apenas nesta semana, as ações da Core Scientific caíram 9,7%, enquanto a Cipher registrou perdas de 7,7%, mas a tendência é geral, como pode ser visto na imagem abaixo.
De qualquer forma, tal queda é pequena quando olhamos para o quadro geral. O ETF da Valkyrie, que permite a exposição de investidores a dezenas de mineradoras, já está em queda de 77% desde fevereiro, quando foi apresentado ao público.
Curiosamente, tal ETF leva a expressão We’re Gonna Make it em seu ticker (WGMI), uma gíria do mundo das criptomoedas que, em tradução livre, significa “vamos conseguir”.
Mineradoras vendem bitcoins, máquinas e até mesmo participações de suas empresas
Em agosto, a Stronghold, mineradora listada na Nasdaq, devolveu 26.200 ASICs de mineração de Bitcoin à NYDIG para quitar uma dívida milionária.
Ainda naquele mês, as vendas de bitcoins por grandes empresas também chocou o mercado. Além dos bitcoins recém-minerados, muitas delas também precisaram se livrar de moedas acumuladas no longo prazo para equilibrar seus caixas.
Já algumas mineradoras estão vendendo participações de suas empresas. A Core Scientific, por exemplo, vendeu US$ 100 milhões em ações em julho. O movimento foi copiado pela australiana Iris Energy em setembro, também envolvendo US$ 100 milhões. Enquanto isso, a Argo vendeu US$ 27 milhões em ações neste mês de outubro.
Outras, como a Riot, estão buscando emitir novas ações para continuar expandindo. Entretanto, isso significa que os investidores, que precisam aprovar tal plano, terão suas ações diluídas.
Por outro lado, a desistência deste plano não só freia o aumento de operações como também pode representar risco de falência para mineradoras mais endividadas.
Por fim, vale lembrar que algumas destas gigantes também mineravam Ethereum. Contudo, a migração para Proof-of-Stake no mês passado cortou parte de suas receitas. Além disso, o espaço que antes era ocupado por placas de vídeo está livre para receber novas ASICs de Bitcoin, o mesmo vale para o excesso de energia.