Os fãs de Ethereum (ETH) estão comemorando a definição da data do bloco gênesis da rede 2.0, marcada para 1º de dezembro. A primeira vista, parece um grande feito, mas não é bem assim a história.
A jornada iniciou no final de 2018, quando foi divulgado um novo planejamento (roadmap) para iniciar uma rede com validadores, no sistema Prova de Participação (Proof of Stake), além das camadas adicionais (shards), aumentando significativamente a capacidade computacional.
No entanto, não há previsão para que a nova rede permita o lançamento dos aplicativos descentralizados e smart contracts. Na realidade, neste primeiro momento não é possível nem realizar movimentações dentro da rede 2.0.
Como anda a demanda no DeFi?
As finanças descentralizadas (DeFi) tiveram um pico muito grande entre agosto e setembro, com o lançamento de vários tokens. Os segmentos em destaque foram os empréstimos colateralizados, exchanges descentralizadas, além das cooperativas (pools) de liquidez.
A magia da alta rentabilidade dava-se pela valorização destes tokens, que eram distribuidos aos participantes e investidores desses projetos. Enquanto Uniswap (UNI), UMA, Compound (COMP) e Yearn Finance (YFI) se valorizavam, tudo era uma maravilha.
Quando a maré virou no final de outubro, os investidores passaram a entender que a maioria dos ganhos se baseava na valorização do token. Foi então que o universo de DeFi conheceu o termo “impermanent loss”, ou perda causada por desbalanceamento.
Embora os analistas do mercado tradicional já apontassem pra este risco muito antes, o boom do DeFi deixou os investidores cegos. Isto levou a uma congestão na rede Ethereum, elevando a taxa média por transação para um pico de 8 dólares.
A decepção foi tanta, que em outubro o número de transações na rede Ethereum despencou 60%. Com isso, as taxas cederam para os atuais 0,60 dólares.
Acima temos o gráfico do valor transacionado na rede Ethereum em dólares, segundo o CoinMetrics. A maior parte dessa queda pode ser atribuída ao menor volume nas exchanges descentralizadas, mesmo com a estagnação do montante investido no DeFi.
DeFi morreu? Qual o impacto para a ETH?
Não, o universo de finanças descentralizadas não morreu. Apenas houve um ajuste após a bolha formada pela forte valorização dos tokens. No entanto, é preciso entender que o número de wallets ativas na líder Uniswap, por exemplo, dificilmente ultrapassa os 40 mil.
A principal conclusão é que o DeFi está apenas no início, e o Ethereum domina mais de 80% deste volume. Entretanto, não há lógica em apostar na valorização devido ao lançamento do ETH 2.0, que efetivamente não tem data para se tornar funcional.