Com a presidência do BRICS sobre o Brasil em 2025, o bloco realizou na última segunda-feira (24) a primeira reunião virtual do diálogo de cooperação tributária internacional do Brics, no contexto da Trilha de Finanças. O evento contou com a participação de Ministérios de Finanças e Autoridades Tributárias do Brics, além de Organizações Internacionais convidadas.
Um dos temas tratados na reunião foi a tributação praticada pelos países em relação a população local.
Além disso, o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, onde se uniram ao bloco como membros permanentes o Irã, a Arábia Saudita, o Egito, a Etiópia e o Emirados Árabes Unidos, também discute meios de baratear as transações comerciais entre estes.
Nos últimos meses, o presidente Donald Trump disse que tributaria com rigor países que buscassem a desdolarização.
“Não há conversa formal sobre moeda comum do BRICS, apenas alternativas para baratear transações entre membros”, diz secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda no Brasil
Informações divulgadas pelo Estadão, que ouviu uma afirmação da secretária de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda no Brasil, Tatiana Rosito, declarou que o BRICS não busca desdolarizar suas transações comerciais.
De acordo com ela, não há nem mesmo uma conversa formal sobre a criação de uma moeda comum do BRICS, como teme Trump. Segundo Rosito, que coordena a trilha financeira do bloco, eles buscam baratear as transações financeiras entre os países, utilizando para isso a moeda local de cada território.
Rosito ainda completou que os países do BRICS representam 25% das exportações globais, além de receber 20% das importações no mundo. Assim, a agenda de redução de custos de transações pode melhor o lucro dos países no comércio mundial.
Ela deu como exemplo a busca por soluções como o Pix e o Drex, criados pelo Banco Central do Brasil. Segundo ela, a tecnologia trouxe avanços ao sistema financeiro, ao melhorar a velocidade e reduzir custos.
“Não há nenhum movimento abrupto de desdolarização do BRICS“, disse aos jornalistas presentes no Rio de Janeiro.
Banco Central do Brasil e Ministério da Fazenda quem coordena trilha de finanças do BRICS
Com o Banco Central do Brasil e o Ministério da Fazenda coordenando a trilha de finanças do BRICS em 2025, estão previstos vários eventos para os próximos meses.
Devem ocorrer seminários, reuniões, entre outros, para estudar as transações bilaterais que ocorrem entre os países, e quais métodos podem melhorar o processo.
Vale lembrar que uma possível versão de moeda comum do BRICS chegou a circular no mundo, além de um evento recente que entregou cartões a pessoas para consumo no local.
Mesmo assim, após ameaças de Trump, o bloco que representa o Sul Global mostra que não quer desafiar os EUA e sua moeda, o Dólar.
Entre os destaques recentes, o BRICS confirmou nos últimos dias a reeleição de Dilma Rousseff no comando do banco do bloco, a ex-presidente do Brasil.