Nigéria nega exigir R$ 50 bi da Binance e acusa investidores de Bitcoin de sabotar a economia

Apesar de a inflação ser um problema persistente na economia nigeriana, impactando o valor da moeda nacional, a naira (NGN), ao longo de várias décadas, o governo decidiu colocar a culpa no Bitcoin, que foi criado há apenas 15 anos.

O governo da Nigéria parece estar mudando sua postura agressiva contra a gigante das criptomoedas, Binance, após intensa repercussão negativa da comunidade. A controvérsia começou após o país africano prender dois executivos da corretora e impor uma multa astronômica de US$ 10 bilhões à Binance, situação que muitos investidores compararam a um pedido de resgate por sequestro.

O caso acabou tomando um rumo não esperado pelo governo da Nigéria, com a Binance dizendo que não está interessada em discutir o pagamento para libertar seus executivos detidos e por ser culpada pelo colapso da moeda do país.

“Nosso objetivo é traçar um bom relacionamento com o governo e o povo da Nigéria. Queremos que os nossos serviços sejam restaurados na Nigéria muito em breve, mas não temos intenção de pagar multas por pessoal ou serviços”, disse a Binance à mídia local.

“Não queremos 10 bilhões”

Bayo Onanuga, conselheiro do presidente nigeriano que anunciou a multa de US$ 10 bilhões em uma entrevista para a BBC na sexta-feira (1), disse agora que sua declaração foi “deturpada” e acrescentou que nunca afirmou que a Binance tinha sido informada sobre a multa ou que o valor da multa tinha sido decidido.

“Eu só disse que nosso governo pode impor multas pesadas à Binance. Eu nunca disse que a multa seria definitivamente de US$ 10 bilhões. Eu apenas disse que o montante pode ser imposto.”, afirmou Onanuga.

Na nova entrevista, Onanuga também acusou a corretora e investidores de Bitcoin de “sabotar a economia”.

“A Binance abriga pessoas que fixam a taxa de câmbio, o que afeta rapidamente a economia nigeriana no momento em que a Nigéria está tentando estabilizar a economia”, disse ele.

“A plataforma fixa o câmbio do país e é uma taxa ilegal. O Banco Central da Nigéria é a única autoridade que pode fixar a taxa de câmbio do país”, concluiu.

Nigéria culpa bitcoin e criptomoedas por inflação

Apesar de a inflação ser um problema persistente na economia nigeriana, impactando o valor da moeda nacional, a naira (NGN), ao longo de várias décadas, o governo decidiu colocar a culpa no Bitcoin, que foi criado há apenas 15 anos.

De acordo com o governo local, os cidadãos, ao trocarem nairas por ativos digitais em mercados paralelos, desvalorizam a “moeda local”.

Segundo ele, o câmbio deveria estar em 800 nairas nigerianas para cada 1 dólar americano, mas está quase o dobro desse valor porque pessoas usam criptomoedas.

“Nosso orçamento este ano é de 800 nairas em relação ao dólar, mas a taxa é mais alta do que é e é causada pelas pessoas que estão usando a binance. Se não reprimirmos a Binance, nossa naira terá sérios problemas.” — Disse ele à BBC na sexta-feira (1).

Vale lembrar que a Nigéria baniu o Bitcoin e as criptomoedas em 2021, mas descobriu um ano depois que a proibição foi inútil, já que o volume e adoção da moeda digital mais que triplicou um ano após a medida.

A preferência da população pelo Bitcoin em detrimento da naira pode ser atribuída à contínua desvalorização da moeda local ao longo dos anos. Conforme a naira enfrenta uma depreciação infinita frente ao dólar americano, a confiança na estabilidade da moeda nacional tende a zero.

O fenômeno não é novo; é resultado de décadas de inflação e de políticas econômicas que não conseguiram estabilizar ou fortalecer a moeda. Sendo assim, a naira se tornou apenas um pedaço de papel, levando muitos a saírem do sistema e buscar alternativas que não possuem interferência de um governo que prova sua incompetência dia após dia por vários anos.

Quanto aos executivos da Binance presos no país, nenhuma nova informação foi divulgada e, segundo um funcionário do governo nigeriano, eles continuam sendo interrogados.

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Vinicius Golveia
Vinicius Golveia
Formado em sistema da informação pela PUC-RJ e Pós-graduado em Jornalismo Digital. Conhece o Bitcoin desde 2014, atuando como desenvolvedor de blockchain em diversas empresas. Atualmente escreve para o Livecoins sobre assuntos de criptomoedas. Gosta de cultura POP / Geek. Se não estiver escrevendo notícias relevantes, provavelmente está assistindo alguma série.

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