O presidente eleito na Colômbia nos últimos dias, Gustavo Petro, apoia o bitcoin há alguns anos como uma tecnologia que pode retirar o poder do governo. Antes de chegar ao poder, ele havia falado publicamente até sobre a mineração da moeda digital, que pode causar profundas mudanças no país que assumiu o mais alto cargo do executivo.
Na América Latina, o uso de bitcoin e criptomoedas tem chamado atenção de todo o mundo, principalmente após em 2021 o país de El Salvador legalizar a tecnologia pela primeira vez.
Dessa forma, muitos imaginaram que o movimento poderia ser seguido por outros governos da região, o que ainda não aconteceu. No Paraguai, por exemplo, a mineração de criptomoedas foi aprovada no Congresso Nacional local, que abre espaço para que empresas do setor busquem o país.
Além disso, a Argentina tem visto tanta demanda pela moeda digital que na última semana os preços em corretoras cresceram exponencialmente, mesmo com a queda do mercado. O Brasil segue como o país de maior volume de negociações no setor, que também tem o México como protagonista da região.
Mesmo assim, a Colômbia deu espaço para a tecnologia nos últimos anos e ter um novo presidente que apoia o assunto pode mudar tudo.
Novo presidente da Colômbia apoia o Bitcoin e sua mineração há alguns anos
Na última gestão presidencial da Colômbia, um conselheiro direto do mandatário chegou a declarar que o bitcoin era uma ideia brilhante. Contudo, ao final do mandato, pouco mudou para que o mercado local florescesse ao ponto de chamar atenção mundial.
Mesmo assim, há em discussão no congresso local uma discussão de um projeto de lei para regular o setor, que pode avançar nos próximos anos.
Na esfera executiva, eleições no último final de semana elegeram um novo presidente, que teve como vencedor Gustavo Petro. Considerado uma pessoa de esquerda, ex-senador e ex-guerrilheiro pelo M-19, ele teve a maioria dos votos em uma eleição no país onde votar não é uma obrigação.
Com esse destaque, muitos buscaram saber a opinião dele sobre o Bitcoin, que está em alta no país e em toda a região. Pelo Twitter, ele já havia compartilhado sua visão sobre o assunto, inclusive com visões polêmicas.
Uma delas é usar o Bitcoin para acabar com o império da cocaína na Colômbia, um tema polêmico e que nenhum ex-presidente conseguiu grandes resultados. Segundo ele, as criptomoedas poderiam ser uma alternativa econômica ao país, que tem bons rios para gerar energia para mineração de criptomoedas, falou em 2021 ao citar o caso de El Salvador.
“E se a costa do Pacífico aproveitasse as fortes quedas dos rios da serra ocidental para produzir toda a energia da costa e substituir a cocaína pela energia das criptomoedas? A moeda virtual é pura informação e, portanto, energia.”
¿Y que tal que el litoral pacífico aprovechara las caídas de alta pendiente de los rios de la cordillera occidental para producir toda la energía del litoral y reemplazar cocaína con la energía para las criptomonedas?
La moneda virtual es pura información y por tanto energía. https://t.co/65xdN2whuO
— Gustavo Petro (@petrogustavo) October 2, 2021
“Bitcoin tira poder do dinheiro da mão do governo”
Em 2017, Gustavo Petro já falava publicamente sobre o Bitcoin em seu Twitter. Em uma resposta a um ex-ministro de Economia da Colômbia, o atual presidente disse que o Bitcoin tira do governo o poder de emissão da moeda, sendo uma moeda comunitária.
“O Bitcoin retira o poder de emissão dos estados e a senhoriagem da moeda dos bancos. É uma moeda comunitária que se baseia na confiança de quem realiza transações com ela, pois é baseada no blockchain, a confiança é medida e cresce, daí sua força.”
Ou seja, o novo presidente da Colômbia já tem um entendimento sobre a tecnologia e no passado recente comentou sobre usar o Bitcoin para acabar com o narcotráfico em seu país. Não está claro, contudo, se em seu plano de governo há alguma diretriz para que isso seja implementado.