As Blockchains vieram para reprogramar o sistema como conhecemos. Por meio da sua tecnologia é possível criar tipos totalmente novos de entidades que, diferentemente do modelo atual, podem funcionar de forma autônoma.
Imagine uma máquina de venda de comidas fast food automática que, além de pegar seu dinheiro e lhe devolver a guloseima que selecionou em troca, também use esse dinheiro para encomendar automaticamente as mercadorias para reabastecer seu estoque?
Parece muito visionário, mas isso já é possível e existe em uma dos avanços mais excepcionais criados dentro do Blockchain: as Organizações Autônomas Descentralizadas (DAO).
Os DAOs são organizações tecnológicas que irão causar uma revolução completa dos tipos tradicionais de corporações de negócios.
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Ao longo deste artigo você entenderá tudo sobre os DAOs e sua extrema importância para o mundo das criptomoedas — e também fora delas.
Blockchain pode ser compreendido de inúmeras maneiras, mas de uma forma mais conclusiva, é possível dizer que se trata de um sistema de dados que é gerenciado de forma descentralizada por uma rede Peer-to-Peer, ou seja, englobando todos os atuantes (que possuem identificação própria e que impossibilitam a descoberta do usuário por trás de determinado processo) na função de armazenar e manter a base de dados da tecnologia.
Sendo assim, ela pode ser comparada a um livro-razão, onde estão inseridos registros públicos distribuídos de transações e contratos ocorridos.
Por se tratar de uma rede distribuída, o Blockchain torna-se seguro, uma vez que engloba todos os usuários da rede que possuem uma cópia dos registros de validação das transações que ocorrem no sistema.
DAO significa Decentralized Autonomous Organization em inglês ou Organização Autônoma Descentralizada, em português.
De forma geral, trata-se de uma ideia de uma S.A. (sociedade anônima) do universo de criptomoedas e, sem dúvidas, elas podem ter maior impacto nos negócios do que qualquer inovação de Blockchain até agora.
A ideia desse modelo de gerenciamento vem circulando na comunidade de criptomoedas desde que o Bitcoin conseguiu se livrar dos intermediários nas transações financeiras.
Podemos resumi-la, então, ser é uma organização em que as normas são definidas no sistema Blockchain por meio de contratos inteligentes (smart contracts).
Este tipo de contato é auto executável, sem necessidade de um agente centralizador para tomar decisões, como acontece no sistema tradicional em bancos e fintechs, por exemplo. Isso faz com que ele permite total transparência dos acordos a todos os usuários.
O Bitcoin foi a primeira DAO completamente funcional da história, uma vez que ele possui um conjunto pré-programado de regras e funciona de forma autônoma e descentralizada.
Porém, apesar de possuir um pouco mais de 10 anos desde a criação, a tecnologia do Blockchain começou a ser mais explorada nos últimos 5anos, com o surgimento de outras criptomoedas e aplicações descentralizadas.
Com isso, as DAOs mais conhecidas e usuais da atualidade, com o uso de contratos inteligentes e capacidade de executar acordos mais complexos, surgiram na rede do Ethereum.
A rede, “catalogada” como Blockchain de segunda geração, deu bases para a criação das DAOs mais presentes atualmente no criptomercado. Além disso, é a responsável por moldar todo aspecto do funcionamento dessas organizações.
Normalmente, as DAOs são criadas com a finalidade de realizar a governança de projetos do ecossistema de criptomoedas, para isso, usa-se os tokens de governança.
De modo geral, os tokens de governança foram criados para descentralizar a governança propriamente dita dos aplicativos e protocolos descentralizados.
A maioria desses projetos distribui tokens para a comunidade. Isso faz com que pessoas que possuem esses ativos tenham poder de decisão nas alterações do protocolo, tanto criando tanto um efeito rede quanto, também, agregando valor ao token.
Importante entender que ela possui um sentido mais amplo que uma aplicação de blockchain e dos aplicativos descentralizados (DApps), pois engloba a parte mais organizacional do desenvolvimento de produtos ou de serviços com esse tipo de tecnologia.
O ciclo das DAOs obedece as seguintes etapas:
Os tipos de DAOs são diversos. Porém, os mais conhecidos hoje em dia são a DeFi e a DEX.
Segundo dados do DeepDAO, atualmente o ecossistema das Organizações Autônomas Descentralizadas conta com U$9.5 bilhões.
Apenas no último mês, houve um acréscimo de U$2.7 bilhões.
Os montantes crescentes de dinheiro parecem ser sólidos, uma vez que, como podemos ver abaixo, o número de investidores holders, que compram visando o longo prazo, também está em ampla ascensão.
Atualmente, em tamanho de volume de USD, as maiores são a Uniswap (UNI), Compound (COMP), Radicle (RAD) e Rarible (RARI).
Ela faz parte do ecossistema Finanças Descentralizadas (DeFi) da Blockchain. De modo geral, permite que usuários troquem criptomoedas e tokens e também façam outras operações financeiras sem a necessidade de intermediários.
O projeto foi lançado em 2018 e cresceu no “boom” das DeFis em 2020.
UNI é o seu token de governança. Com ele você pode ajudar a guiar as decisões da corretora, votando em melhorias e novos projetos. Além disso, é possível utilizar o UNI para fazer trades e utilizar os serviços de Uniswap.
Ele é um protocolo de empréstimos que permite com que os usuários recebam juros sobre suas moedas. Além disso, também é possível contrair um empréstimo de outro usuário, algo completamente diferente do que se estava acostumado até então.
Quando um usuário deposita tokens em uma Pool de Liquidez, ele recebe cTokens em troca. Esses cTokens representam a aposta do indivíduo no pool e podem ser usados para resgatar a criptomoeda inicialmente depositada a qualquer momento.
Caso queira realizar um empréstimo, o índice máximo (LTV) que se pode pegar varia com base no ativo colateral deixado como garantia. Porém, atualmente, o índice está “fixo” entre 50 a 75%.
Além disso, é válido falar que qualquer endereço com mais de 100 mil COMP delegados à plataforma pode propor ações de governança.
Baseando-se em contratos inteligentes em vez de administradores, o Radicle Orgs permite que os desenvolvedores definam as regras e permissões em torno das bases de código de uma forma com mínimo de confiança.
De modo geral, ela é revolucionária por unir a colaboração aberta de fornecimentos de códigos, dentro da Blockchain do Ethereum, com a Web 3.0.
Cada NFT é único e, ao contrário dos Bitcoins (ou outras unidades de dinheiro), eles não são intercambiáveis. Exemplos de NFTs encontrados no mercado de Rarible incluem obras de arte digitais, memes e até mesmo parcelas de terreno virtual.
De modo geral, o intuito de projeto é vincular vendedores (normalmente criadores de conteúdo, como artistas digitais, criadores de modelos ou fabricantes de memes) com compradores que podem selecionar as peças que desejam comprar.
No que lhe concerne, o token RARI é um pilar fundamental da plataforma, pois é usado para recompensar os usuários ativos e para participar da governança do protocolo.
Sem dúvidas, o sucesso do projeto é a prova de que os NFTs estão crescendo de modo acentuado e que estão longe de ser apenas uma “brincadeira de adolescente”.
Segundo foi revelado no evento Ethereum Virtual Summit, realizado este ano, os números do setor são crescentes, sendo que alguns DAOS, até o mês de maio, já haviam administrado valores na ordem de US$ 1 bilhão, frente aos US$ 10 milhões observados no ano passado.
Além disso, conforme mencionou Olaf Carlson-Wee, CEO e fundador da empresa de venture capital denominada Polychain Capital, o setor está atraindo muita atenção dos big players:
“Estou muito animado com os DAOs”, disse Carlson-Wee. “A capacidade de coordenação e alocação de capital global com base apenas em pessoas anônimas de toda a Internet é absolutamente fascinante para mim. Muitas pessoas não percebem a magnitude.”
O jovem fundador da Polychain acabou concluindo sua fala no Summit apontando que o grande sucesso dos DAOs foram impulsionados — e continuarão sendo — pelo exponencial crescimento da indústria DeFi.
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