A corretora PancakeSwap teria anunciado para alguns usuários de dez países que vai banir suas atividades com criptomoedas em breve. Essa medida causou estranheza em muitos na comunidade, que viam a corretora como “descentralizada”.
Quando se pensa no Bitcoin, por exemplo, essa rede tem uma tecnologia que é imparável, mesmo que países queiram banir o protocolo de sua população. Ou seja, mesmo que um governo fale que o “Bitcoin está proibido”, na prática a moeda continua funcionando normalmente, sendo verdadeiramente descentralizada e sem controle.
Contudo, quando empresas e corretoras afirmam ser descentralizadas, espera-se o mesmo comportamento. Na prática, a situação acaba sendo outra.
PancakeSwap vai banir usuários de criptomoedas de dez países em março
No ecossistema da Binance Smart Chain, um terço das negociações da rede passam pela PancakeSwap, a maior corretora de tokens e Binance Coin. Essa corretora também tem uma certa ligação com a Binance, lançando tokens com frequência em simultâneo a grande exchange.
De qualquer forma, a comunidade persa pelo Twitter divulgou uma mensagem de que a partir do dia 9 de março usuários de criptomoedas de 10 países serão banidos pela PancakeSwap. Esses países são Belarus, Cuba, Congo, Irã, Iraque, Coreia do Norte, Sudão, Síria, Zimbábue e Crimea.
A mesma comunidade que divulgou o novo banimento pediu que usuários do Irã nunca negociem criptomoedas utilizando seus IPs corretos, visto que é uma prática de alto risco. De qualquer forma, o caso pode demonstrar que uma corretora “descentralizada” está impedindo o acesso a um serviço, mesmo sendo este de carteira para carteira.
O Livecoins procurou a PancakeSwap para comentar se esse rumor é verdadeiro, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.
Uniswap já baniu também e 1inch restringe moradores dos EUA
O problema detectado pela comunidade persa não é único e exclusivo da PancakeSwap, mas sim de toda a atual indústria de corretoras descentralizadas.
Isso porque, em 2019, a Uniswap baniu usuários da Bielorrússia, Cuba, Irã, Iraque, Costa do Marfim, Libéria, Coreia do Norte, Sudão, Síria e Zimbábue de negociarem em sua plataforma.
Outra corretora dita DEX que baniu usuários de criptomoedas dos Estados Unidos é a 1inch, que restringe o acesso ao seu serviço no país.
Embora a solução para isso seja utilizar um VPN para que o IP de outro país seja detectado pelo serviço, não está claro o quão restritivo as corretoras descentralizadas podem ceder e banir usuários.