A PF deflagrou a Operação Dark Cloud, apreendendo R$ 3 milhões em criptomoedas de um dos suspeitos, um hacker que mora na Paraíba. O grupo alvo das operações seria o responsável por ataques realizados contra sistemas do SUS.
Além disso, estão entre os alvos outras empresas e órgãos públicos de vários países, que após serem invadidos, tinham pedidos de resgate pelos criminosos.
No final de 2021, o Ministério da Saúde teve vários de seus sistemas atacados, com sites saindo do ar na ação criminosa.
Desde esse episódio, a PF investigava quem eram os responsáveis pelos ataques.
PF apreende R$ 3 milhões em criptomoedas de hacker da Paraíba
De acordo com informações reveladas pela Polícia Federal, a Operação Dark Cloud deflagrada na última terça-feira (16) visa reunir informações para um inquérito que apura ataques cibernéticos contra sistemas de órgãos públicos no Brasil.
Durante a investigação, agentes descobriram que o grupo responsável por tais ataques pertence a uma organização criminosa transnacional. Sistemas públicos e privados de países como Brasil, Estados Unidos, Portugal e Colômbia já foram alvo de ataques de membros do grupo, que não teve o nome revelado.
Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão nos Estados da Paraíba, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal do Distrito Federal, após a PF identificar os suspeitos.
Um dos principais suspeitos que foi preso pela PF na ação estava na Paraíba, portando pelo menos R$ 3 milhões em criptomoedas que foram apreendidas pela autoridade. Esse suspeito ainda pode ter um imóvel avaliado em R$ 2 milhões, segundo informações reveladas pela Folha de São Paulo.
Inquérito começou após ataque a sistemas do SUS
Como em dezembro de 2021 o sistema ConecteSUS foi alvo de hackers, a PF iniciou o inquérito para apurar quem eram os responsáveis pela ação criminosa.
Ao ter acesso aos sistemas do SUS na nuvem do Ministério da Saúde, os criminosos deletaram arquivos, dados e instâncias de uma pasta alvo. O ataque então comprometeu o sistema ConecteSUS, responsável pelo Certificado Nacional de Vacinação.
Contudo, este não foi o único ataque registrado pelos membros desse grupo hacker no Brasil. Segundo a PF, CGU, Ministério da Economia, ANTT, PRF, entre outros mais foram alvos de incidentes cibernéticos.
“Além dos ataques ao Ministério da Saúde, o grupo acessou indevidamente o ambiente virtual dos seguintes órgãos: Controladoria-Geral da União, Ministério da Economia, Instituto Federal do Paraná, Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Escola Nacional de Administração Pública, Agência Nacional de Transporte Terrestre, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Agência Nacional de Energia Elétrica e da Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal e Polícia Rodoviária Federal.”
Os suspeitos serão acusados de crimes como organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção de menores, entre outros mais.