A polícia federal (PF) voltou a cumprir mandados em operação contra fraudes contra o Sistema Financeiro Nacional envolvendo até criptomoedas, desta vez no município de Campinas, São Paulo.
A Operação Conversor foi deflagrada pela PF para apurar operações de câmbio ilegal e evasão de divisas, que eram cometidas com os chamados “Dólar Cabo”. Essa prática é considerada pela legislação como uma remessa ilegal de valores do Brasil para o exterior e é comum em negócios de importação e exportação.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (6), visando o operador do esquema.
Operação Conversor é deflagrada pela PF contra operador de esquema ilegal de remessas que utilizava criptomoedas
Os quatro mandados foram cumpridos contra o “operador do sistema, além de empresas envolvidas nas operações e um escritório de contabilidade“, informou a PF, sobre a Operação Conversor.
As investigações que culminaram na operação de hoje foram iniciadas ainda em 2019, após informações sobre o esquema serem detectadas em outra ação da PF naquele ano. Conforme a Polícia Federal, foram obtidas várias movimentações de débito, crédito e câmbio, por pessoas física e jurídica não autorizadas.
“As operações envolviam movimentação de moeda no estrangeiro por meio do processo conhecido como dólar-cabo, além de câmbio de moeda em território nacional, uso de empresas de fachada, operações de importações fictícias e direcionamento de capital para empresa voltada a atuação com criptomoedas. Foram detectadas movimentações relacionadas a pessoas de vários estados do país.”
A operação foi batizada de “Conversor” devido ao modo de operação da organização, que era de atividade ilegal de câmbio e até o direcionamento de dinheiro para empresas de criptomoedas. Nenhum nome de corretora foi divulgado pela PF.
As penas previstas para operações ilegais de câmbio e evasão de divisas, somadas, podem chegar até 10 anos de prisão. O nome do doleiro assim como das empresas investigadas também não foram divulgadas pela polícia federal.
O delegado da PF Edson de Souza, que está acompanhando o caso, declarou nesta sexta que crimes tributários estão sendo investigados. Segundo ele, o SFN foi contaminado pela ação dessas empresas de fachada e seus operadores.
Os equipamentos eletrônicos e físicos apreendidos pela PF serão avaliados para elucidar o caso.
Veja imagens divulgadas pela PF durante operação desta sexta
A repórter Valéria Hein, da CBN Campinas, acompanhou a ação da PF no local e confirmou que outras movimentações financeiras ilegais foram detectadas em outros estados. Essa operação de hoje é um desdobramento de outras de 2019 e até 2014.
O prejuízo estimado pela ação deste grupo ainda não está claro para as autoridades neste momento.
Veja abaixo algumas imagens divulgadas pela Operação Conversor.