Em uma megaoperação conjunta deflagrada nesta terça-feira (26), a PF e a Receita Federal deflagraram a Operação Dólar Tai-pan, mirando um grupo investigado pelo envio de criptomoedas para outros países, como China, EUA, Canadá, Colômbia e Paraguai.
De acordo com apuração do Livecoins, a justiça autorizou o cumprimento de 16 mandados de prisão preventiva contra suspeitos. Além disso, outros 41 mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
Os agentes se espalharam em seis estados e no Distrito Federal, cumprindo os mandados em São Paulo, Guarulhos, Campinas, Brasília, Vila Velha, Feira de Santana, Fortaleza, Foz do Iguaçu e Florianópolis.
Participaram da megaoperação 200 agentes da polícia federal, além de 80 auditores-fiscais e analistas-tributários da RFB.
O objetivo principal da operação é o combate à sonegação de tributos internos, interposição fraudulenta de pessoas, lavagem de dinheiro e repressão de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional consistentes em operações de câmbio ilegais e evasão de divisas.
As investigações apontam para um prejuízo estimado aos cofres públicos de cerca de R$ 2 bilhões e para uma evasão de divisas superior a R$ 5 bilhões. Durante o processo investigativo, foram identificadas milhares de operações financeiras realizadas por pessoas físicas e jurídicas, todas direcionadas ao envio não autorizado de capitais para o exterior.
A investigação teve início em 2022 e revelou um complexo sistema bancário paralelo e ilegal, movimentando bilhões dentro do país e nos Estados Unidos, Canadá, Panamá, Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Peru, Holanda, Inglaterra, Itália, Turquia, Dubai e especialmente Hong Kong e China, para onde se destinava a maior parte dos recursos de origem ilícita.
Essas operações incluem a movimentação de moeda internacional por meio do processo denominado “dólar-cabo”, além de câmbio realizado dentro do território nacional, uso de empresas de fachada, transações de importações fictícias e o direcionamento de recursos para empresas que negociam criptomoedas. As autoridades não revelaram os nomes de nenhuma empresa de criptomoedas envolvida nas investigações em curso.
As apurações revelaram que os valores enviados para fora do país têm origem em práticas criminosas como pirâmides financeiras, descaminho, contrabando, tráfico de drogas e ocultação de recursos relacionados ao caixa 2 de empresas que contratam serviços ilegais para transferências de recursos para o exterior.
Os doleiros investigados atuam em três frentes de serviços ilícitos: a venda de moeda estrangeira em espécie, sem a autorização do Banco Central; a disponibilização de recursos no exterior, também em moeda estrangeira; e a troca de valores em moeda nacional.
Uma das principais fontes de recursos ilegais utilizadas pelos doleiros é o comércio de produtos contrabandeados ou de origem ilícita, principalmente em São Paulo, onde grandes transações em espécie ocorrem.
Criminosos constituem empresas de fachada, conhecidas como “laranjas”, e utilizam seus dados para abrir contas bancárias, facilitando a movimentação de recursos ilícitos. As empresas acabam funcionando como instituições financeiras, atendendo também a empresas de atividades legais e misturando valores ilícitos em suas transações, disponibilizando dinheiro em espécie ou criptoativos para seus clientes no exterior. Com informações da Receita Federal.
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