A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira (8) uma operação contra um grupo ligado ao Hezbollah, grupo terrorista do Líbano, que atuou inclusive no envio de criptomoedas para carteiras sancionadas pelo Tesouro dos EUA.
De acordo com a PF, foram cumpridos um mandado de prisão preventiva e oito mandados de busca e apreensão nas cidades de Belo Horizonte, Uberlândia/MG, Contagem/MG, São Paulo/SP e Brasília/DF.
A Justiça Federal determinou também o sequestro de valores e bloqueios de contas bancárias, bem como a suspensão da atividade econômica de empresas.
Ao que tudo indica, uma tabacaria de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, bancou uma viagem de vários terroristas recrutados para lutar pelo Hezbollah contra Israel. Vale lembrar que as forças israelenses também estão em guerra contra o grupo Hamas, na Palestina.
Entenda nova operação da PF que encontrou criptomoedas sendo enviadas ao Hezbollah, após tabacaria de BH contrabandear cigarros
Nesta fase da investigação, denominada Operação Trapiche-FT, descobriu-se que o principal investigado, aproveitando-se da situação de vulnerabilidade de imigrantes e refugiados, utilizou seus dados pessoais para abrir contas bancárias e empresas por onde circulou recursos de origem ilícita.
As evidências reunidas no inquérito policial indicam que passagens aéreas utilizadas pelos brasileiros recrutados para viajarem ao exterior, onde foram entrevistados a fim de serem selecionados pela organização terrorista, foram financiadas com proventos do comércio ilícito de cigarros eletrônicos contrabandeados e vendidos em lojas de tabacarias no Brasil.
🚨 #OPERAÇÃOPF | Op.Trapiche mira o financiamento de terrorismo no Brasil. São cumpridos um mandado de prisão preventiva e 8 mandados de busca e apreensão em MG, SP e DF. ➡️ Saiba mais: https://t.co/d0iijMCnZB pic.twitter.com/nEyhrrZw2v
— Polícia Federal (@policiafederal) August 8, 2024
Verificou-se também que parte dos recursos com origem do contrabando foi destinada a contas bancárias de empresas de fachada que fazem parte do bilionário esquema de evasão de divisas e lavagem de dinheiro descoberto pela Operação Colossus, também deflagrada pela Polícia Federal.
Após uma sucessão de transferências entre contas de empresas de fachada, os recursos ilícitos foram convertidos em criptomoedas e destinados a carteiras sancionadas por apresentarem vínculos com organizações terroristas.
Os envolvidos podem responder pelos crimes de contrabando, integração de organização terrorista, atos preparatórios de terrorismo, financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 75 anos e 6 meses de reclusão, diz a PF em nota sobre a Trapiche.
Relembre a Operação Colossus, que encontrou bilhões movimentados em corretoras de criptomoedas
Durante a Operação Colossus, a PF encontrou indícios de lavagem de dinheiro e evasão de divisas entre várias empresas de fachada. Um contador apenas cuidava de 1.300 empresas, o que acendeu o alerta para autoridades.
Com 18 bilhões de reais enviados ao exterior, após movimentação no sistema bancário e em corretoras de criptomoedas, a PF deflagrou a operação para reprimir os crimes. Além dos mandados, a justiça mandou bloquear bens e valores dos investigados em valor aproximado de R$ 1,2 bilhão, além do congelamento de criptomoedas em 28 corretoras brasileiras e estrangeiras em nome dos investigados.
Agora, com a Trapiche, a PF encerrou mais uma empresa ligada ao desvio de valores e financiamento ao terrorismo partindo do Brasil.