A Indeal foi uma pirâmide famosa no Brasil, encerrada em 2019 pela Polícia Federal no âmbito da operação Egypto. Na última semana, outra pirâmide foi encerrada pela Polícia Civil, e as investigações apontam que esta era investidora da Indeal.
No âmbito da operação Egypto, conduzida em maio de 2019, a Indeal teve seus negócios encerrados. Vários líderes do negócio foram presos e seguem sob investigação, uma vez que o dinheiro das vítimas ainda não foi encontrado e nem devolvido.
Um esquema de pirâmide financeira normalmente opera com o oferecimento de lucros altos (mensais, semanais e até diários) e fixos. Contudo, é normal que esses esquemas não durem seis meses, pois é difícil garantir os pagamentos sem a entrada constante de novos investidores para manter uma pirâmide de pé.
Investigações apontam que a pirâmide encerrada pela Polícia Civil na última semana era investidora da Indeal
A Unick e Indeal foram duas pirâmides que foram encerradas no ano de 2019, com a semelhança sendo mais que o oferecimento de negócios fraudulentos, mas também geográfica. Ambas as empresas tinham sede na microrregião do Vale dos Sinos, no estado de Rio Grande do Sul, na cidade de Novo Hamburgo.
Com suas operações encerradas pela PF em 2019, ambas as empresas continuam sem pagar o que devem aos seus investidores. Na última semana, entretanto, uma pupila das empresas também passou pela mesma situação de encerramento policial, com a PC-RS prendendo líderes e bens da empresa, que ainda não teve o nome divulgado.
Com investigações nos últimos seis meses, a Polícia Civil aponta que a sede da nova pirâmide era na cidade de Taquara, uma das principais do Vale do Paranhana, também no Rio Grande do Sul.
Dois homens foram presos e estão sob investigação, além de ter pedido de quebra de sigilo bancário. Ainda é estimado que o golpe tenha sido de R$ 25 milhões, mas pode ser maior.
Contudo, o que as investigações da Polícia Civil revelaram é ainda mais preocupante, pois está quase certo que essa pirâmide investia na Indeal. Ou seja, o dinheiro que era repassado aos clientes era fruto de investimentos em outra pirâmide.
Em um caso como esse, com informações repassadas pela GaúchaZH, fica parecendo que a última pirâmide a ruir era um fundo de investimentos em pirâmides. A Polícia Civil acredita que os clientes da empresa, entretanto, não tinham conhecimento desses investimentos em outros negócios fraudulentos.
Se passava por consórcio de imóveis, mas era uma pirâmide que pode ter dado mais de R$ 25 milhões de prejuízo
Conforme reportado pelo Livecoins nos últimos dias, a pirâmide encerrada contratava até atores. A contratação de atores famosos era para dar uma sensação que o negócio comprava terras e distribuía lucros com a venda, uma espécie de consórcio de 15% ao mês, garantido.
Dessa fica claro que as garantias dadas aos clientes, não tem relação com a realidade, uma vez que era, na verdade, investidora de outra pirâmide financeira. Além de investir em outra pirâmide, de acordo com a GaúchaZH, a empresa lavou dinheiro com criptomoedas, bolsa de valores, carros e imóveis.
A informação de que a pirâmide investia na Indeal foi obtida pelo delegado que apura o caso, em depoimento de um dos dois homens presos na operação Faraó da última sexta. Assim como todos os outros clientes que aguardam para receber da Indeal, sem expectativa de quando será, os investidores da nova pirâmide passam a ter um abacaxi nas mãos.
O Bitcoin é uma moeda digital que funciona pela internet e não é um esquema de pirâmide, pois não oferece rendimentos garantidos. Mesmo assim, teve sua imagem vinculada a negócios fraudulentos no Brasil, que a cada dia que passa caem em operações policiais pelo país. Ao buscar um investimento, em qualquer mercado, estude antes para evitar golpes.