A Polícia Civil do Rio Grande do Sul desmantelou na manhã desta sexta-feira (5), por meio da Operação Faraó, um esquema de pirâmide financeira que lavava dinheiro por meio da compra de criptomoedas.
O esquema fraudulento teria gerado prejuízo de R$ 25 milhões em mais de 100 pessoas, segundo informações do Gaúcha ZH. Até atores eram contratatados para convencer as vítimas.
De acordo com a reportagem, cerca de 30 policiais cumpriram 12 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva em Porto Alegre (RS) e em outros quatro municípios do estado.
Um dos responsáveis pelo esquema foi localizado e preso. O outro continua foragido. No total, 13 pessoas são investigadas por participar do golpe financeiro. Elas respondem por lavagem de dinheiro, estelionato e organização criminosa.
Como o esquema de pirâmide financeira funcionava?
O esquema de pirâmide financeira, que não teve o nome divulgado, oferecia supostos lucros na compra de imóveis na região do Vale do Paranhana, microrregião localizada no Vale dos Sinos (RS).
Unick e InDeal, duas das maiores pirâmides financeiras do estado, também operavam na mesma região.
O delegado Invanir Caliari, responsável pela investigação, falou à reportagem do Gaúcha ZH que os golpistas pegavam dinheiro das vítimas e fingiam comprar imóveis de alto padrão por preço baixo para depois supostamente revendê-los para empresários da região.
Eles diziam que o lucro da venda desses imóveis seria dividido entre todos os participantes do esquema fraudulento. Entretanto, não era isso o que ocorria.
Golpistam contratavam atores para se passar por funcionários
Para atrair as vítimas, disse o delegado, os criminosos usavam o nome de um consórcio conhecido no estado. Além disso, falou Caliari, eles também costumavam contratar atores para se passarem por funcionários da pirâmide em reuniões e viagens de negócios.
“Depois de simular a compra com um grupo inicial de vítimas, pelo menos na primeira vez, eles repassavam valores de algum capital de giro deles e depois, nas outras supostas compras, eles já utilizavam dinheiro de vítimas para tocar o esquema de pirâmide. Isso ocorreu até quebrar”, falou o delegado.
Pirâmide teria lavado R$ 10 milhões em criptomoedas
Dos R$ 25 milhões, os criminosos teriam lavado cerca de R$ 10 milhões na compra de criptomoedas, segundo informações repassadas pela polícia à reportagem do jornal do Rio Grande do Sul.
O restante do dinheiro teria sido ocultado na compra de 34 imóveis – um deles um sítio avaliado em R$ 3 milhões – e outros 30 veículos, inclusive uma BMW.
Todos foram os carros e imóveis apreendidos pela polícia durante a operação.