A batalha das autoridades chinesas contra os mineradores de criptomoedas levou não apenas a queda nos preços dos ativos digitais, mas também a uma redução no custo das escassas placas de vídeo utilizadas no processo de mineração.
Os preços das placas de vídeo da Nvidia e da Asus na China caíram significativamente na esteira das recentes proibições de mineração de criptomoedas, de acordo com o South China Morning Post.
Nas últimas semanas, a nação asiática baniu as atividades de mineração de criptomoedas. Além disso, algumas empresas de mineração bloquearam mineradores com endereços de IP da China continental. As empresas relataram que tomaram essas medidas para cumprir as regulamentações do governo.
Como resultado, uma GPU da Nvidia modelo P1000 que em maio – antes da proibição – custava uma média de 3.000 yuans (cerca de R$ 2.500), agora está sendo vendida por menos de R$ 2.000.
A placa mais avançada da ASUS, a RTX3060, que tem chip da AMD, custava 13.499 yuans (mais de 10 mil reais), agora custa apenas apenas R$ 3.639.
Placas de vídeo
Os processadores usados em placas de vídeo são excelentes para os cálculos necessários no processo de “mineração” de criptomoedas. Quanto mais poderoso o hardware usado pelo minerador, maior a probabilidade de que seja ele, e não seus concorrentes, que calculará o próximo bloco na blockchain e “obterá” uma recompensa na forma de uma moeda digital.
Os gamers, para quem a maioria das placas se destina principalmente, nos últimos meses, no contexto do crescimento do preço do Bitcoin e da popularidade da mineração, foram forçados a pagar preços literalmente exorbitantes nas GPUs.
Além disso, o aumento global do preço afetou não apenas os novos produtos, mas também as placas de vídeo obsoletas vendidas no mercado secundário.
A província chinesa de Sichuan, que depende fortemente da energia hidrelétrica e continua sendo um dos últimos paraísos dos mineradores do país, proibiu a mineração de criptomoedas no sábado (19).
As autoridades ordenaram que as empresas de energia denunciem os clientes que possam estar minerando criptomoedas.
Proibições semelhantes foram impostas por outras regiões com eletricidade barata, incluindo a Mongólia Interior e a Região Autônoma de Xinjiang Uygur.
No pico do valor das criptomoedas, a China respondia por mais de 60% da capacidade mundial de mineração.
Talvez os preços das placas caiam ainda mais se as restrições continuarem.