Um grupo de empresas do setor de criptomoedas em Curitiba, conhecido como Grupo Bitcoin Banco, foi alvo de uma ação da Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (5). A PF foi às ruas para cumprir mandados de prisão contra cinco pessoas.
Segundo nota da PF, o grupo empresarial causou prejuízos em investidores que celebraram contratos de investimentos em criptomoedas. O nome da empresa não foi divulgado pela PF, apesar disso, fontes revelaram que se trata do Grupo Bitcoin Banco.
A operação batizada de Daemon faz uma referência a mitologia grega, de um ser sobrenatural trabalhando em plano de fundo. Já no âmbito da computação, o nome dá a entender que um programa executa um processo em plano de fundo que não estaria sob controle direto do usuário.
Grupo Bitcoin Banco em Curitiba é alvo de operação de Polícia Federal
De acordo com a PF, a Operação Daemon visa aprofundar o conhecimento das ações do grupo empresarial de criptomoedas em Curitiba que estaria operando uma fraude no mercado.
Chamou atenção para os crimes falimentares, lavagem de capitais, prática de estelionato, organização criminosa e delitos contra economia popular e sistema financeiro nacional.
Com 90 policiais cumprindo os mandados em Curitiba e região metropolitana, a PF cumpre um mandado de prisão preventiva, quatro de prisão temporária e mais 22 de busca e apreensão. Todos foram expedidos pela 23.ª Vara Judicial de Curitiba, capital do Estado do Paraná.
A operação teria começado em 2019, com investigações da Polícia Civil do estado, que recebeu inúmeras queixas de investidores do suposto esquema. Apesar das promessas dos gestores de devolver o dinheiro, até celebrando termos de confissão de dívidas, a devolução dos valores nunca aconteceu.
Segundo a PF, em 2019 o grupo obteve uma decisão favorável na justiça para implementar um plano de falência. Em 2020 foi detectado que o conglomerado de empresas não cumpria as exigências falimentares e seguia oferecendo investimentos para pessoas interessadas.
Sem autorização da CVM, o caso foi levado a Justiça Federal, que repassou as investigações para a PF.
Lamborghini e veículos de luxo foram apreendidos, imóveis serão vendidos para tentar reaver R$ 1,5 bilhão de prejuízo que grupo causou em investidores
A Polícia Federal já detectou que os valores movimentados pelo TI da corretora estavam suspeitos. As investigações apontam que os recursos transferidos ao grupo pelos clientes eram, na verdade, transferidos aos líderes da organização.
Já os clientes, que viam apenas a interface da corretora, era fantasiado que supostas operações com lucros garantidos eram possíveis, dando a sensação de lucros diários. No entanto, no fundo, o sistema era apenas uma ilusão.
Os policiais indicaram que o investigado principal já cometeu crimes de mesma natureza em outros países, da Europa e até dos Estados Unidos. Em nota, a PF afirma que as ordens judiciais visam elucidar melhor a confusão, podendo ajudar a ressarcir as vítimas.
“As ordens judiciais cumpridas na data de hoje visam não apenas a cessação das atividades criminosas, mas também a elucidação da participação de todos os investigados nos crimes sob apuração, bem como o rastreamento patrimonial para viabilizar, ainda que parcialmente, a reparação dos danos gerados às vítimas.”
Além de imóveis e valores bloqueados, a PF divulgou uma imagem de veículos de luxo que podem ter sido apreendidos na operação Daemon, como uma Lamborguini.
Apesar da PF não divulgar o nome do grupo empresarial que foi alvo das ações, investidores aguardam ansiosos para conhecer quem permitia a ação dessas arbitragens infinitas em seu sistema, prometendo ganhos acima do mercado.