Polícia Federal indicia Sheik dos bitcoins e mais cinco suspeitos

Além do Sheik dos Bitcoins, preso em novembro, outros cinco de seus cúmplices foram indiciados pelos crimes das empresas do grupo InterAG.

A Polícia Federal (PF) indiciou o ‘Sheik dos Bitcoins’, Francisley Valdevino da Silva, por cinco crimes cometidos em suas atividades. Ele era investigado pela Operação Poyais, deflagrada pelas autoridades brasileiras e norte-americanas em outubro de 2022.

Na ocasião, vários bens foram apreendidos dos suspeitos, como veículos de luxo, barras de ouro falsas, dinheiro em espécie, entre outros.

Com documentos obtidos pelos investigadores no cumprimento das buscas, foi possível seguir com a investigação. Assim, no início de novembro a PF prendeu o Sheik dos bitcoins em Curitiba (PR).

Após sua prisão, agentes se esforçaram para concluir seu trabalho no prazo legal, agora a disposição da justiça federal.

Sheik dos Bitcoins finalmente indiciado pela Polícia Federal por cinco crimes

De acordo com nota da PF divulgada na última segunda-feira (12), todas as investigações da Operação Poyais foram finalizadas. Deflagrada em outubro, os suspeitos eram investigados por cinco crimes.

São eles os crimes contra economia popular, contra o sistema financeiro nacional, estelionato, lavagem de dinheiro transnacional e organização criminosa.

A prisão do Sheik dos bitcoins pela Polícia Federal no início de novembro avançou ainda mais as investigações dos crimes. Isso porque, com ajuda da agência norte-americana HSI, a PF conseguiu reunir provas de seu envolvimento.

Além disso, outras cinco pessoas que ajudaram nos crimes do Grupo InterAG, que tinha entre outras a pirâmide financeira Rental Coins, agora estão na lista de indiciadas.

“Além da conclusão das análises de materiais obtidos ao longo da fase sigilosa da investigação, foram também examinados pelas equipes de policiais os equipamentos eletrônicos e documentos apreendidos com os investigados. Foram ainda realizadas diversas oitivas de testemunhas, ex-funcionários, vítimas e pessoas com informações relevantes à apuração dos crimes. A todos os investigados também foi oportunizado apresentarem suas versões dos fatos.

Com todo o conteúdo fático-probatório produzido, após análise técnico-jurídica dos fatos sob apuração e a devida individualização das condutas praticadas, 6 (seis) pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal.”

Rombo da organização criminosa foi entre R$ 500 milhões e R$ 1,15 bilhão

De acordo com a investigação, o Grupo InterAG foi responsável pela captação dei investidores do Brasil e de outros países. Muitos investidores acabaram convencidos de que a empresa contava com operação estruturada de trading de criptomoedas.

Com as supostas plataformas, o dinheiro dos clientes seria rentabilizado. A prática ainda contava com o uso de marketing multinível para atrair mais pessoas, aumentando as promessas de lucros.

Contudo, tudo indica que o Grupo InterAG e suas empresas não passavam de pirâmides financeiras, que tinham o objetivo apenas de enriquecimento próprio dos líderes do esquema.

A PF divulgou em nota que nunca houve o trade de criptomoedas, apenas uma fraude financeira.

“Segundo divulgado pelos criminosos, os valores investidos seriam rentabilizados mediante atividades de trading com criptomoedas. A investigação logrou êxito em comprovar que nunca houve rentabilização dos recursos das vítimas. Tão logo os valores ingressavam nas contas e carteiras de criptoativos do grupo criminoso, deles imediatamente se apropriavam os indiciados, utilizando um pequeno percentual dos recursos para pagamento mensal das vítimas e gastando o restante conforme seus interesses particulares.”

Por fim, a PF se prepara para entregar os bens apreendidos na Operação Poyais para a Justiça Federal em Curitiba. No futuro, os bens devem ficar a disposição para leilão, valores utilizados para ressarcimento dos clientes lesados pela fraude.

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Gustavo Bertolucci
Gustavo Bertoluccihttps://github.com/gusbertol
Graduado em Análise de Dados e BI, interessado em novas tecnologias, fintechs e criptomoedas. Autor no portal de notícias Livecoins desde 2018.

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