Uma megaoperação contra um esquema internacional de lavagem de dinheiro resultou na prisão de vários argentinos e chineses, suspeitos de comprarem criptomoedas no Paraguai, na divisa com o Brasil, para ocultar crimes.
A Policía de Seguridad Aeroportuaria (PSA) argentina foi a responsável pelo cumprimento dos mandados de busca, apreensão e prisão. Os suspeitos foram levados para um presídio e permanecem a disposição da justiça local.
A organização criminosa está associada a uma cadeia de supermercados chineses, instalados na Argentina. A principal linha da investigação envolve crimes contra a ordem econômica e financeira, incluindo lavagem de dinheiro.
Chineses e argentinos suspeitos de comprar criptomoedas para crimes viajavam para o Paraguai
A PSA cumpriu 26 mandados na região metropolitana de Buenos Aires, sendo que um ocorreu em Puerto Iguazú (Misiones), cidade que fica na região da tríplice fronteira, a 18 quilômetros das Cataratas do Iguaçu.
Na ação, os policiais localizaram vários bens dos suspeitos de cometer crimes, além de documentos da fraude. Assim, os oficiais detiveram 15 pessoas e sequestraram 16 veículos, mais de 600 mil dólares e 24 milhões de pesos em dinheiro, ouro, armas de fogo e munição.
Além disso, contadores de dinheiros, uma máquina para minerar criptomoedas e outros elementos probatórios estavam nos locais.
Investigação começou em 2020
A investigação começou em junho de 2020 sob a direção do Ministério Público Federal argentino, depois que um veículo de controle da Gendarmaria Nacional em um província de Buenos Aires apreendeu quase cinco milhões de pesos escondidos sob o assento de um carro.
Os agentes do PSA examinaram os celulares apreendidos com seus ocupantes e aprofundaram nas investigações.
Os investigadores encontraram a existência de uma organização composta por uma ampla estrutura liderada por cidadãos chineses com parceiros argentinos e colombianos.
Com o objetivo principal de lavar bens, seus associados arrecadavam dinheiro em supermercados para transportá-lo escondido em fundos ocultos de carros até casas de câmbio e empresas de lavagem de dinheiro.
Em outras ocasiões, os suspeitos viajavam até a tríplice fronteira para atravessar por terra até o Paraguai. Eles também realizaram operações com criptomoedas e usaram “laranjas” para esconder seus bens.
Como resultado, os policiais apreenderam 16 veículos de alto padrão, 639.418 dólares, 24.104.763 pesos, 16.155 euros, 4.000.604 guaranis entre outras moedas em dinheiro, 407 gramas de ouro, duas carteiras frias de criptomoedas, entre outros.
Os detidos na operação são duas mulheres e 13 homens, que seguem mantidos incomunicáveis e à disposição do Juizado Federal. O caso é um dos maiores esquemas detectados por autoridades argentinas, e a investigação continua em busca de identificar mais suspeitos.