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Precisamos falar sobre a inflação das criptomoedas

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Inflação parece algo que não combina muito com criptomoedas, afinal, se refere ao aumento de preços de produtos e serviços. No entanto, esta inflação que conhecemos é o resultado de políticas de expansão da base monetária e de incentivos econômicos.

Ou seja, o que causa a inflação é mais moeda em circulação, seja através de empréstimos, juros mais baixos, ou incentivos. O mesmo ocorre nas criptomoedas, com a emissão através da mineração, no caso da Prova de Trabalho (PoW), ou validação, na Prova de Participação (PoS).

Bitcoin possui inflação?

Sim, a inflação equivalente atual é de 1,76% ao ano. Isso porque são criados 6,25 novos bitcoins a cada bloco minerado, sendo cerca de 144 por dia. Cabe lembrar que este subsídio é reduzido a cada 4 anos aproximadamente, no processo conhecido como ‘halving’.

Fornecimento bitcoin por ano

Repare como a curva praticamente para de crescer em 2031. No início, realmente o Bitcoin era uma moeda inflacionária, mas passados 12 anos, tornou-se um dos ativos mais escassos do mundo. 

Isso porque o ouro possui uma extração anual de 3.500 toneladas, ante um estoque estimado de 200.000. Em resumo, uma inflação equivalente de 1,75%, embora não seja possível verificar tal informação, pois nem todo produtor é regulado.

Quais as moedas mais inflacionárias?

A ferramenta Messari Screener, concorrente do CoinMarketCap, disponibiliza uma coluna “Y+10 marketcap”, ou seja, a capitalização de mercado projetada em 10 anos incluindo a impressão de novas moedas.

O Bitcoin cresce pouco, dos atuais US$ 842 bilhões para 930, ou seja, 10,5% de novas moedas em 10 anos.

Y+10 marketcap

De cara, Polkadot (DOT) assusta com 159% de novas moedas em 10 anos. Em seguida, temos Ripple (XRP), que apesar de ser pré-minerada, possui moedas retidas, liberadas mensalmente. Desse modo, sua quantidade em circulação irá crescer em 184% ao longo de 10 anos. Ou seja, para XRP manter os atuais US$ 18 bilhões de capitalização, a cotação unitária precisa cair 64%.

Seguindo a lista, temos ChainLink (LINK) aumentando 147%, Uniswap (UNI) em 325%, e Cosmos (ATOM) com alta de 106%. Em outras palavras, a cotação da Uniswap teria que ceder 77% para manter a capitalização de mercado atual de US$ 5,5 bilhões.

Basta mudar a regra de emissão?

A princípio, sim, provavelmente alguns desses projetos vão perceber o estrago que faz essa enxurrada de novas moedas entrando em circulação a cada ano. No entanto, correm o risco de cair em outro problema, a desconfiança na manutenção de sua política monetária.

Além disso, usualmente uma parte considerável dessas novas moedas são utilizadas para remunerar validadores, desenvolvedores, parcerias, e marketing. Será que o projeto para de pé sem isso? Essa é a grande questão.

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Autor:
Marcel Pechman