Em recente entrevista à CNBC, o renomado bilionário de fundos de hedge, Paul Tudor Jones, compartilhou suas perspectivas sobre o atual cenário econômico e geopolítico, apontando um papel crescente do Bitcoin e do ouro como reservas de valor confiáveis.
Sua previsão surge em um momento em que a insegurança econômica global parece estar se intensificando.
Jones, fundador da Tudor Investment Corporation, acredita que devido a um ambiente político turbulento nos Estados Unidos e uma situação geopolítica tensa globalmente, ambos os ativos, ouro e Bitcoin, deveriam ocupar uma porcentagem maior nos portfólios dos investidores do que a tradicionalmente alocada.
“Os sinais de uma recessão iminente são evidentes”, disse o bilionário, observando o histórico de queda do mercado de ações próximo a recessões anteriores. Ele sugere que, diante da proximidade de uma recessão, poderíamos observar uma entrada de aproximadamente US$ 40 bilhões em ouro.
“Então, o que está acontecendo é o motivo pelo qual provavelmente entraremos em recessão em algum momento do primeiro trimestre do próximo ano, provavelmente porque o mercado de títulos, simplesmente por meio da oferta e da demanda, proporcionará mais aumentos de taxas porque nós ainda não temos um preço de compensação para dívidas de longo prazo. E assim, esses aumentos nas taxas provavelmente nos levarão à recessão.” disse o bilionário.
Bitcoin e ouro como proteção
Segundo o bilionário, o Bitcoin poderia também encontrar seu espaço entre as escolhas dos investidores mais conservadores. A maior criptomoeda do mundo, frequentemente chamada de “ouro digital”, tem demonstrado crescente aceitação como uma forma de hedge contra a instabilidade econômica.
O que causa preocupação, de acordo com Jones, é a postura agressiva do Banco Central americano (Fed) e a tendência crescente dos rendimentos das obrigações de longo prazo do Tesouro dos EUA.
Jones acredita que estes são indicadores de que a economia poderá entrar em recessão já no primeiro trimestre do próximo ano. Ele cita a oferta e demanda no mercado de títulos e a falta de preço de compensação para dívidas de longo prazo como possíveis gatilhos para este cenário.
“É mais provável que entremos em recessão… O mercado de ações, normalmente – logo antes de uma recessão – cai cerca de 12%. Isso provavelmente acontecerá em algum momento. E você olha para as grandes posições vendidas em ouro, mais provavelmente em uma recessão, o mercado normalmente está muito longo…
Provavelmente há US$ 40 bilhões em compras que terão que ser transformadas em ouro em algum momento entre agora e se a recessão realmente ocorrer. Então, sim, gosto de Bitcoin e gosto de ouro aqui mesmo.”
Para muitos, as previsões de Paul Tudor Jones servirão como um alerta, evidenciando a importância de reavaliar estratégias e considerar ativos mais resilientes em tempos de incerteza.
Ao longo de sua carreira, Jones adotou uma abordagem macroeconômica em suas estratégias de investimento, levando em consideração fatores econômicos globais e desenvolvimentos políticos. Além de seu trabalho no mundo financeiro, ele é conhecido por suas atividades filantrópicas, especialmente na educação.
Seja através do ouro, um ativo testado pelo tempo, ou do Bitcoin, a inovação financeira do século XXI, o foco é claro: proteger-se contra potenciais tempestades econômicas que se aproximam.