Em uma força-tarefa na manhã desta terça-feira (10), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de Goiás (Gaeco/MPGO), ficou deflagrada a Operação Ephedra.
Assim, os agentes cumpriram 24 mandados de prisão preventiva, 4 mandados de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão nos Estados de Goiás, Tocantins, Bahia e São Paulo. Todos os alvos estão envolvidos em crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos mandados expedidos pela Vara de Garantias em 12 municípios distribuídos de 4 Estados: Goiânia (GO), Goianira (GO), Trindade (GO), Anápolis (GO), Ceres (GO), Mara Rosa (GO), Campinorte (GO), Uruaçu (GO), Porangatu (GO), Talismã (TO), Luiz Eduardo Magalhães (BA) e Salto (SP). Também foi cumprido mandado de prisão contra detento na Unidade Prisional Regional de Nova Crixás (GO).
Participaram da operação 268 policiais rodoviários federais e 96 integrantes do MPGO, incluindo 26 promotores de Justiça, além de cães farejadores treinados para localizar entorpecentes. Com informações do Gaeco/MPGO.
Traficantes de “rebite” entram na mira da PRF e Gaeco de Goiás, que mandam apreender criptomoedas dos suspeitos
Durante os trabalhos da força-tarefa, foi identificada a atuação em rede de inúmeros criminosos, responsáveis por produzir e comercializar anfetaminas, popularmente conhecidas como “rebite“.
Essas drogas sintéticas são utilizadas principalmente por motoristas profissionais para inibir o sono e permitir a realização de longas jornadas de trabalho. No entanto, além do descumprimento da legislação, essa prática coloca em risco a segurança viária, uma vez que os usuários têm a saúde prejudicada e se envolvem em acidentes, que, muitas vezes, vitimam famílias inteiras.
A atividade criminosa não se limitava à produção e venda de drogas. A investigação conduzida pelo Gaeco/MPGO, com o suporte da PRF, revelou uma ampla rede de empresas e contas bancárias utilizadas pelos líderes da organização criminosa.
Tais empresas serviam para movimentar valores milionários, como a aquisição de insumos como produtos químicos, máquinas e blisters para produção das drogas. Além disso, as contas bancárias tinham uso para a lavagem de dinheiro.
A organização disfarçava os lucros obtidos com a comercialização dos “rebites” por meio da compra de veículos, residências, fazendas e até mesmo criptomoedas. Em coletiva na tarde desta terça, autoridades confirmaram que foi autorizado judicialmente o sequestro/apreensão de bens imóveis, veículos, ativos virtuais (criptomoedas) e valores mantidos em contas bancárias na ordem de R$ 320 milhões, envolvendo 45 pessoas físicas e jurídicas investigadas.
500 mil comprimidos de rebite apreendidos
Os dados de apreensão de comprimidos de rebite nos últimos anos mostram que 80 a 90% dessa droga apreendida no Brasil está no estado do Goiás. Assim, as autoridades começaram um processo de investigação do complexo esquema, que distribuía a droga para todo o país.
Responsável pela ação, o coordenador do Gaeco/GO, Carlos Luiz Wolff de Pina, comemorou os resultados da operação, que geram impacto na saúde pública e na segurança viária. Mesmo assim, a investigação segue ativa com as novas provas coletadas.