O preço do bitcoin passou por um ano difícil em 2022, indicando que a fase não foi muito fácil para quem estava comprado. Mesmo assim, para o especialista Paulo Boghosian, co-head de cripto do TC, tudo indica que no primeiro semestre de 2023 o cenário será de recuperação no mercado de criptomoedas.
O balanço de 2022, segundo o analista cripto, indica que o período poderá ser considerado o pior ano da história do mercado.
Isso porque, com os chamados “eventos de cauda”, ou “cisne negros”, os efeitos percebidos afetaram investidores. Segundo a análise, o impacto ocorreu com a falência de grandes fundos de investimentos, assim como de plataformas de empréstimos centralizadas.
Além disso, o colapso da corretora FTX deixou mais um rombo no mercado, estimado em 8 bilhões de dólares.
Tanto o Bitcoin, quanto outros projetos de criptomoedas, chegaram a perder 2/3 de valor em meio ao cenário duvidoso de 2022.
Recuperação gradual das criptomoedas deve começar no primeiro semestre de 2023, diz analista
Além dos problemas vividos pelo próprio mercado cripto e suas empresas, o cenário macro pouco ajudou, acredita Paulo Boghosian.
Segundo sua análise das dificuldades das criptomoedas em 2022, ele também aponta que o setor foi abalado por uma das viradas mais rápidas de política monetária do banco central americano (Fed). Com subida de juros em velocidade recorde, a redução na liquidez do mercado expôs aqueles que estavam “nadando pelado”, disso o analista ao Livecoins, parafraseando Warren Buffett.
Contudo, passando 2022, o ano de 2023 reserva uma recuperação gradual para as criptomoedas, que deve começar ainda no primeiro semestre.
“Acreditamos que o primeiro semestre de 2023 será de recuperação gradual, possivelmente recuperando os patamares anteriores de preço, mas ainda longe de máximas históricas. A depender das condições macro, o segundo semestre pode, sim, ser início de um novo bull market, já com movimentos mais agressivos de alta.”
“Quem mais precisava vender, já vendeu”
O analista acredita que, apesar das quedas vividas pelo mercado, a maior pressão vendedora já se exauriu.
Ou seja, aqueles vendedores forçados, que precisavam encerrar posições a qualquer custo, já se dissiparam do mercado de criptomoedas.
Outro fator que pode impactar o futuro é a política de juros do próprio Fed, que acabou sendo precificada pelo mercado. A própria inflação perdeu força em alguns países, explicou o analista de cripto do TC.
Assim, tudo indica que novas surpresas de curto prazo sejam difíceis de surgir no radar de investidores de criptomoedas, a ponto de abalar novamente o preço em uma escalada agressiva de quedas.
Por fim, Paulo acredita que o fundo do mercado segue próximo, embora não seja fácil recuperar rapidamente de bear markets agressivos como vivido em 2022.
“Portanto, nossa visão é que estamos próximos de um fundo no mercado cripto. Mesmo assim, bear markets agressivos como esse deixam investidores com um alto volume de perdas acumuladas, e muitos nem voltam ao mercado. Por isso, as recuperações não são rápidas e fortes. Elas levam tempo e requerem a entrada de novos perfis de investidores.”