Proof of work (PoW) é um dos pilares fundamentais do Bitcoin: Não existe concessões!

Prova de aposta = confiar em humanos para determinar o que aconteceu.

Ao passo que o Bitcoin vem ganhando massa crítica a comunidade não pode deixar de lutar na guerra informacional/narrativa onde propagadores mal-intencionados/desonestos e ingênuos histéricos dominem a narrativa promovendo FUDs descabidos contra o Bitcoin, na tentativa de forçar mudanças que torne a rede insegura ou até mesmo queiram destruir o Bitcoin por completo.

Muitas pessoas são levadas a crer que o PoW do Bitcoin é um “desperdício”. A falha em entender a prova de trabalho (PoW) é uma falha em entender o Bitcoin. O Bitcoin tem estado sob constantes ataques da mídia, críticos e adversários nos últimos 13 anos e continua resistindo a tudo isso.

De antemão o autor deste referido artigo não tem a intenção de exaurir o tema no quesito: uso de energia, ganho de eficiência, produtividade e a abertura de novos mercados na parte de mineração que o Bitcoin proporciona; como foi discutido por grandes mentes deste setor na conferência Bitcoin Miami 2022 no painel “Financialização da mineração de bitcoin”.

O principal objetivo deste artigo tenta de modo geral defender aspectos filosóficos, técnicos e econômicos da utilização do PoW que é um dos principais pilares da rede Bitcoin.

Muitos destes temas já foram ao máximo catalogados (os principais argumento falaciosos) e explicados com primazia pelo pesquisador Nic Carter que se dedicou nos últimos anos a este tema de forma profunda e virou umas das principais referências nesta área de mineração e gasto energético.

Nic Carter cobre em seus artigos o papel crucial do Bitcoin perante sociedade e como a utilização de energia pela rede é de fundamental importância na construção de um dinheiro soberano.

Na Bitcoin Miami 2022 teve o painel “Você é o carbono que eles querem reduzir”  onde Nic Carter juntamente com outros participantes discutiram sobre mineração, mercado de energia, gasto e eficiência energética e FUDs promovidos por ambientalistas histéricos.

Outro painel da Bitcoin Miami bastante informativo (“O ESG é um ataque ao Bitcoin?”), explicou como a agenda ESG (Environmental, social and corporate governance) é uma tentativa de centralizar decisões nas mãos de uma pequena elite burocrática (sejam governos, Wall Street ou Vale do Silício) e que essa agenda sim se configura num ataque ao Bitcoin e demais setores do mercado.

E os proponentes desta agenda ESG se negam a enxergar os benéficos da mineração bitcoin e continuam a promover narrativas falaciosas; como bem observado por Marty Bent neste painel, tudo isso vem de um objetivo muito maior que é atacar o livre mercado como um todo e como o ecossistema Bitcoin representa o que há de mais livre ele passa a ser entendido como uma ameaça aos cantilionarios.

Apesar das mais diversas tentativas a comunidade bitcoiner estava ciente de que neste ano de 2022 os ataques se intensificariam ainda mais com a tentativa argumentos de que cada vez mais que o Bitcoin deveria mudar para Proof-of-Stake (PoS) por vários motivos, dentre eles o ambiental.

A segunda maior altcoin (o Ethereum) está programando a mudança do PoW (Proof-of-Work) para PoS (Proof-of-Stake), abraçando ainda mais a agenda “verde”. Quando Ethereum mudar de mineração de PoW para PoS, eles continuaram a empurrar a narrativa anti-bitcoin, fazendo ataques de engenharia social, como já vem sendo feito pela fundação Ethreum e até o próprio Vitalik em suas entrevistas.

Todas essas falsas narrativas anula todo o propósito do Bitcoin e é um ataque direto a rede.

Recentemente o CEO da Ripple investiu 5 milhões de USD numa campanha para propor alterações no mecanismo de consenso da rede Bitcoin, propondo mudanças no sistema PoW para o PoS com o argumento de tornar o Bitcoin menos poluente. Esta campanha (“Mude o código, não o clima) contou com o apoio massivo do Greenpaace e outros grupos ambientalistas.

Dar para perceber que o CEO da Ripple não tem a menor ideia do que está fazendo ao achar que qualquer mudança no Bitcoin pode simplesmente ser feita por um pequeno grupo de bilionários investindo milhões na tentativa de forçar alguma mudança na rede.

E já vimos na história do Bitcoin que não é bem assim que o mecanismo de consenso funciona, como foi no tenso episódio do Block Size Wars (2017) onde ficou muito bem demonstrados como pequenos players por mais dinheiro que tenham não podem forçar uma mudança na rede só porque querem, mas sim todo o conjunto pessoas “com pele em jogo” envolvidas entrando em consenso para algum tipo de mudança que faça sentido e não venha a prejudicar a rede.

Os ataques ao Bitcoin serão bem financiados e altamente coordenados. Se você pensou que o debate sobre escala lá em 2017 foi terrível, isso vai ser muito mais desafiador. Os detratores não se preocupam com o meio ambiente, bombeam memecoins, empurram a narrativa do flippening e outras coisas sem sentido. Mas no final eles só querem seus bitcoins.

“AO CONTRÁRIO DAS REDES SOCIAIS TRADICIONAIS E MODERNAS, A DESINFORMAÇÃO NÃO DURA MUITO NA REDE BITCOIN. SE VOCÊ NÃO FORNECER EVIDÊNCIAS QUE SUSTENTEM SUA AFIRMAÇÃO, ELA NÃO SERÁ PROPAGADA DE PONTO A PONTO. BITCOIN É UMA FORTALEZA DE VERIFICADORES DE FATOS.” – JAMESON LOOP

PoW: Um dos pilares do Bitcoin

A auditabilidade é um pilar fundamental da proposta de valor do Bitcoin como dinheiro. A Provas de trabalho (PoW) são certificados criptográficos não falsificáveis de computação fora da rede.

Todo o mecanismo de: Pow + ajuste dinâmico de dificuldade + criação imaculada + Brain power são fatos não replicáveis, entender toda essa harmonia é a chave para compreender o ecossistema.

A segurança do blockchain não é a principal função do PoW. Seu outro papel importante para rede é atrasar a liberação de novas moedas emitidas no processo de mineração de forma que ainda estejam disponíveis para novos participantes no processo concorrencial de mineração.

O objetivo da prova de trabalho é criar um histórico irrefutável. Se a rede se dividir a cadeia com mais trabalho embutido vence pois é ali em que se encontra verdadeira, este processo funciona porque o trabalho empregado requer energia e isso não pode ser enganado, isso que é chamado de consenso de Nakamoto.

A prova de trabalho existe porque dinheiro solido está sendo criado. É praticamente impossível “criar uma nova forma de dinheiro” sem a presença do PoW. Sem prova de trabalho, não há dinheiro resistente à censura para proteger os direitos humanos básicos de propriedade e resistência a tiranos. Como apontado por Robert Breedlove, a questão é muito simples:

“SE VOCÊ QUER DINHEIRO QUE NINGUÉM PODE FALSIFICAR (TAMBÉM CONHECIDO COMO INFLAR), ENTÃO ATRIBUA-O À COISA QUE NINGUÉM SABE FALSIFICAR – ENERGIA.  DESSA FORMA, #BITCOIN É O DINHEIRO IDEAL.” – BREEDLOVE 

 

O Bitcoin nunca fará a transição de PoW para PoS

A prova disso foram os diversos forks fracassados que tentaram propor “soluções magicas” para problemas descabidos, e muito menos está no roteiro do Bitcoin adotar PoS. Nenhum bitcoiner em sã consciência deseja algo do tipo, a prova de trabalho está incutida no DNA da rede e é o que dar as garantias necessárias para fazer toda estrutura funcionar. E uma mudança como esta traria um trauma enorme para o ecossistema ao ponto de beira uma heresia alguém propor este tipo de tema.

Ótimo artigo escrito por Tuur Demeester onde ele critica a “Filosofia de Design do PoS” defendida por Vitalik.

O bitcoin é um dinheiro sólido por isso se emprega tanto trabalho (PoW) para produzi-lo na forma de poder computacional, isso é explicado pelo Safeden Amous em seu livro “The Bitcoin Standard”.

Os sistemas descentralizados, por definição, não têm uma única fonte de verdade. A descoberta de Satoshi foi construir um sistema que permite que todos os participantes se concentrem na mesma verdade de forma independente. A prova de trabalho é o que permite que isso aconteça. – Gigi

 

“A prova de trabalho tem a boa propriedade de poder ser retransmitida através de intermediários não confiáveis.  Não precisamos nos preocupar com uma cadeia de custódia de comunicação.  Não importa quem lhe diga a cadeia mais longa, a prova de trabalho fala por si.”  — Satoshi Nakamoto

 

Bitcoin PoW e o “gasto” de energia

A energia é essencial para o funcionamento do Bitcoin. O Bitcoin está literalmente incentivando a construção de infraestrutura de energia renovável e se utilizando de quantidades excedentes de energia perdidas (subprodutos). A mineração garante valor piso de energia, viabilizando projetos (inclusive os de energia renovável) uma vez que estabiliza demandas intermitentes e reduz risco de não haver demanda local suficiente.

Três ótimos videos no canal do Marco Batalha (ambientalista libertário): O Gasto energético do Bitcoin / O Bitcoin ajuda o meio ambiente / Aproveitando o calor da mineração de bitcoin.

De fato, o Bitcoin hoje já consome mais energia que países com milhões de habitantes, só que a questão ambiental deve ser considerada em termos de custos de oportunidade; carros consomem mais energia que carroças, computadores consomem mais que maquinas de escrever, maquinas de lavar consome mais que lavadoras a manivelas.

A evolução tecnológica normal é de mais consumo de energia em soluções superiores. Quem for realmente sincero em sua intenção de reduzir consumo de energia deve parar de usar computadores, máquinas de lavar, geladeiras e utensílios domésticos elétricos em sua casa, para começar.

A questão para saber se o PoW é um desperdício ou não pode ser feita sem entender o problema que ela resolve, que é a manutenção de um dinheiro soberano imune a fraudes e outros problemas. Entender o problema corretamente o levará à conclusão de que não há outra maneira de resolvê-lo de maneira confiável.

Segundo diversas fontes o Bitcoin é a indústria mais limpa do planeta e consome menos de 0,25% da energia ociosa (desperdiçada):

Eletricty Mix Bitcoin

Pegada de carbono Bitcoin

O Bitcoin usa energia para distribuir o dinheiro de maneira justa em sua economia e proteger seu histórico de transações.

POW sempre será a coisa mais genuína de todos os consensos. Ao vincular a emissão de Bitcoin ao mercado de energia, os bitcoins tornaram-se distribuídos de forma justa e ampla no âmbito concorrencial com isso seus usuários puderam começar a valoriza-lo como dinheiro.

Os primeiros anos na operação de mineração, os bitcoins não tinha um preço os usuários que competiam pela nova emissão de BTCs eram obrigados a usar eletricidade e recursos computacionais próprios para adquiri mais BTCs. Esses primeiros usuários realmente gastaram dinheiro para adquirir bitcoins com “prejuízo”.

Várias altcoins não passaram por este processo pois muitas tiveram moedas pré mineradas por seus fundadores e distribuídas a insiders e investidores iniciais, vendendo-as a um preço pré-determinado antes mesmo de serem disponibilizadas ao público e que as pessoas dependem da confiança de que as moedas não seriam vendidas em benefícios dos criadores.

Como no caso mais famoso no Ethereum onde 70% dos tokens foram gerados antes mesmo da ICO e no primeiro mercado de alta a fundação vendeu esses tokens para se financiar, assim derrubando o preço dos tokens.

Satoshi Nakamoto empregando poder computacional pagando pela energia elétrica passou por todo processo de mineração para dar confiabilidade a rede e no novo dinheiro que estava sendo proposto ao passo que ninguém tinha obrigação de valorizar ou usar.

Mas com o tempo a rede Bitcoin passou a ter sucesso e ganho de reputação, os usuários no processo de mercado passaram a estabelecer um preço para o mercado de BTCs, construíram infraestrutura: Exchanges, fazendas de mineração, instrumentos financeiros etc. Assim ouve a criação de toda uma economia única em torno do Bitcoin.

Seguindo um conjunto claro de regras no protocolo através da prova de trabalho o Bitcoin permitiu que qualquer pessoa concorra por sua emissão algo que não é possível no sistema fiat ou em altcoins pré mineradas. As blockchains que não usam energia para demonstrar trabalho recriam as hierarquias nas quais nosso dinheiro atual é baseado.

A mecânica do POW (Proof of Work)

Ao utilizar energia em seu processo de emissão o Bitcoin conseguiu dois fatores importantes fora do seu código: 1º) Custo de equipamento necessário para competir por BTCs; e 2º) Custo de eletricidade para operar máquinas.

Esses dois fatores são decididos pelos participantes que desejam competir na mineração do bitcoin e não pelos desenvolvedores o que torna o sistema ainda mais descentralizado e abre a porta entre o mundo físico e o computacional, como já abordado pelo excelente artigo “Money, Blockchains, and Social Scalability” de Nick Zsabo, onde ele fala dos aspectos de consenso da rede.

“O segredo do sucesso do Bitcoin é que seu consumo prolífico de recursos e baixa escalabilidade computacional estão comprando algo ainda mais valioso: escalabilidade social.” – Nick Szabo

A segurança da rede Bitcoin se dá justamente pelo seu gasto energético, atacantes que queiram dominar a rede (ataque de 51%) precisariam dispender um gasto absurdo de energia e maquinário para tentar obter o controle da rede, o que se demonstra na prática um feito quase inviável hoje em dia.

Graças ao PoW e full nodes, nem mesmo os mineradores e os maiores hodlers de BTC podem alterar o protocolo.

Prova de trabalho = confiar na matemática/física para determinar o que aconteceu.

Mecânica no POS (Proof of Stake)

Esses tipos de redes possuem algumas variações em seu funcionamento (DPoS, PoS etc…). Não utilizam energia para fazer a distribuição e emissão de moedas, onde os usuários precisam seguir uma série de requisitos para reivindicar os tokens.

Para competir pela emissão de dinheiro novo em redes de prova de participação, os usuários geralmente precisam primeiro possuir ou bloquear uma certa quantia da moeda numa determinada carteira, dando aos membros internos recompensas perpétuas e contínuas sem abrir mão do controle uma vez que não precisam competir, como comprovado pelos primeiros a receberem tokens de pré mineração.

Após a transição do Ethereum para a prova de participação, a rede usará menos energia, mas há um custo alto para isso, a rede exigirá que aqueles que competem pela emissão de novos tokens terão que possuir pelo menos 32 ETH (o que é um preço bastante alto hoje em dia, é só olhar em qualquer site de marketcap).

Somente os usuários que puderem pagar por esse investimento poderão obter uma parte dos novos tokens emitido e poderão influenciar nas decisões para o futuro da rede.

Já os usuários do Bitcoin não precisam comprar BTC para competir por sua emissão de novos tokens. A competição pela emissão de BTCs se dar fora rede, na obtenção de equipamentos eficientes ou conseguir fontes de eletricidade barata.

A segurança em redes POS por não exigir um gasto energético ao optar pelo “beneficio” da rapidez e escalabilidade de rede acaba por deixar uma brecha na parte da segurança, como acontece durante vários anos em redes deste tipo.

Por ser tudo resolvido na área computacional e não havendo questões mecânicas (interação com espaço físico como na mineração) acaba que é muito mais suscetível a ataques somente manipulando linhas de código, com isso a rede se torna mais centralizada.

Recentemente um dos maiores hacks do mundo “crypto” aconteceu com a Axie Infinity onde sua rede Ronin sofreu a drenagem de grande quantidade de tokens. Ficando provado mais uma vez os problemas de redes inseguras que adotam modelos PoS lutam com uma falha fundamental em seu design ao adotar critérios como “velocidade, escalabilidade e questões energética” em detrimento da segurança.

Ainda assim não é todo tipo de blockchain que consegue ter sucesso com PoW para ter uma boa segurança e outros benefícios, pois precisam tem um grande efeito de rede onde o ecossistema de mercado esteja bastante engajado como no caso da mineração PoW do Ethereum hoje em dia que por ser a segunda maior altcoin do mercado possui um grande poder computacional.

Em suma, as redes PoS funcionam mais como o sistema fiat que temos hoje, onde quem tem mais ganha recompensa, mais participação nas decisões e não precisa se dar ao trabalho de competir por nada. Não se pode adotar PoS para construir um dinheiro solido, apenas não é adequado para essa tarefa.

Prova de aposta = confiar em humanos para determinar o que aconteceu.

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Alan Schramm
Alan Schramm
UX Designer; bitcoinheiro; Coautor do livro "Bitcoin Red Pill - O Renascimento, Moral, Material e Tecnológico"; Interesses por: filosofia libertária, economia austríaca, cultura digital, tecnologia e inovação.

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