Hoje o Real completa 27 anos – a moeda foi criada em 1 de julho de 1994 e é considerada nova quando comparada com dólar. Apesar disso, a moeda brasileira perdeu aproximadamente 86% do seu poder de compra desde que foi criada, de acordo com a CMO e CCO da Convex Research, Thata Saeter, que conversou com o Livecoins sobre o assunto.
O Brasil tem transitado por fases complexas na economia ao longo da história, o país sofreu uma crise de hiperinflação nos anos 80 e início dos anos 90, quando foi anunciado o plano econômico mais drástico da história, que confiscou grande parte da poupança nacional.
Na época, a inflação anualizada superava 6.000,00%. Os planos envolveram, de modo geral, congelamento de preços. Alguns instituíram cortes de zeros e moedas novas, mas não restringiram a impressão de dinheiro, o que continuava estimulando o consumo, que, por sua vez, realimentava a inflação.
Da tentativa de superar a crise surgiu o Plano Real, que consistia em várias etapas e basicamente quatro fases de abertura de comércio e privatização, para tentar equilibrar as contas do governo; a criação de um padrão indexado ao dólar; a restruturação da divida externa e, em sua fase final, a implementação de uma nova moeda, o Real.
Real perdeu 86% do poder de compra desde que foi criado
O Real perdeu aproximadamente 86% do seu poder de compra desde que foi criado, há apenas 27 anos. De acordo com a Thata Saeter, CCO da Convex, isso acontece por várias razoes, como “políticas monetárias expansionistas e aumento da oferta monetária numa proporção superior ao lastro de produtos e serviços da sociedade.”
O resultado pode ser visto claramente no gráfico que compara o desempenho do Real frente ao Dólar. A moeda norte americana também tem sofrido do fenômeno da perda do poder de compra, mas vale ressaltar que o Real apenas tem 27 anos.
Bitcoin
Enquanto isso, por outro lado, o Bitcoin tem se valorizado em relação ao Real ao longo dos anos, assim como também tem valorizado sobre todas as outras moedas que são controladas pelo sistema monetário governamental.
A pandemia nos mostra com clareza que o nosso dinheiro se deprecia cada vez mais, perdendo poder de compra por causa de injeções absurdas na economia e aumento brutal da oferta monetária.
Um panorama perfeito para inflação, como diz o economista Richard Rytenband:
“Preparem seus bolsos para o aumento da carga tributária”.
Para quem se pergunta se a crise acabou, ainda estamos nela e estaremos por mais anos.
De acordo Thata Saeter, uma das formas que as pessoas podem se proteger da inflação é investindo em ativos não inflacionários.
“A inflação vem destruindo o poder de compra dos brasileiros. E sem dúvidas, isso afeta principalmente os mais pobres, já que não conseguem se proteger. Para se proteger da inflação, consideramos a exposição em ativos não inflacionários, como metais preciosos, o ouro, por exemplo, que é uma reserva de valor consagrada e o Bitcoin”.
Bitcoin não tem lastro, e as moedas estatais tem?
Economicamente falando podemos afirmar que o Bitcoin certamente não tem lastro – mas e as moedas do governo?
Em uma entrevista recente no Flow Podcast, Ciro Gomes, que já foi Ministro da Economia, afirmou que o Bitcoin pode “dar problema” porque não tem lastro.
“Uma moeda sem lastro e sem autoridade publica por trás dela, não sei se um dia desses vai dar problema”, disse Ciro Gomes.
De acordo com Thata Saeter, a crítica não tem fundamentos e serve para desviar o foco do real motivo do Bitcoin assustar algumas pessoas.
Na visão da empresária, muitos políticos não gostam do Bitcoin porque a moeda digital é descentralizada e, portanto, não depende de governos, assim, “eles não têm poder sobre àqueles que detém estes ativos.”
Segundo ela, o controle sobre a moeda em circulação confere muito poder aos governos, e isso é inegável. “O ouro, por exemplo, é um meio de troca naturalmente utilizado desde o início da civilização e nunca foi imposto. Não podemos esquecer, que nos EUA, em 1933, Roosevelt emitiu uma ordem executiva, que determinou o confisco do ouro. Então, até mesmo o ouro já foi alvo de governos.”
Isso não pode acontecer com o Bitcoin, já que a criptomoeda não é controlada por uma autoridade central, explicou.
“Com o Bitcoin, não é possível fazer isso, o que deve de fato assusta-los”, finalizou Thata sobre a crítica de que o Bitcoin não tem lastro.
Agora vamos não só analisar, mas confirmar que as moedas estatais não possuem lastro algum. O dinheiro fiduciário impresso pelo governo e imposto por ele goela abaixo da sociedade é baseado totalmente na confiança das pessoas nos próprios governos.
Ou seja, em nada.
O Bitcoin resolve todos os problemas que o sistema monetário governamental tem causado, começando pela oferta limitada, que permite assim que a criptomoeda seja um ativo deflacionário.
O dinheiro fiduciário, como o Real, que conforme passam os anos aumenta a oferta, tem provocado a perda no poder de compra, fenômeno que acaba afetando as pessoas mais pobres.