A Receita Federal dos EUA está aprendendo cada vez mais criptomoedas ao longo dos anos. O número que era de 700 mil dólares em 2019, saltou para 137 milhões em 2020 e neste ano subiu 25 vezes com apreensões somando 3,5 bilhões de dólares.
Dentre este montante está a quantia de mais de 1 bilhão de dólares em bitcoin ainda do caso da Silk Road. Cerca de 69.000 bitcoin foram desviados por dois agentes do DEA — órgão governamental que combate o narcotráfico — ainda em 2013.
É esperado que a agência consiga um adicional de 80 bilhões de dólares em 2022 para expandir tanto a sua equipe quanto melhorar seus sistemas para solucionar casos como este citado acima. Vale notar que isso pode representar um gasto maior do que o dinheiro aprendido, ou seja, os cidadãos de bem pagam a conta.
Apreensões em 2021
O último relatório publicado pela Receita Federal americana mostra que a agência aprendeu um total de 10,37 bilhões de dólares neste último ano. As apreensões de criptomoedas somam US$3,5 bilhões e representam 93% do montante confiscado pela unidade de crimes cibernéticos.
Apesar da expansão na resolução de casos, este montante ainda é pequeno quando comparado ao total coletado por impostos que chegou a 3,42 trilhões de dólares no ano passado.
Conforme relatado pelo Bloomberg, a agência pode receber um adicional de U$80 bilhões no próximo ano, verba que será usada para contratar pelo menos 250 agentes especiais e investir em sistemas para identificar e solucionar crimes cibernéticos que, como mostrado acima, estão usando cada vez mais criptomoedas.
“Espero que uma tendência de apreensões de criptomoedas continue à medida que avançamos para o ano fiscal de 2022”, disse a IRS.
Grandes casos solucionados
Além da apreensão de cerca de 69.000 BTC que haviam sido desviados por dois agentes do DEA, o relatório da Receita Federal também aponta outros três casos que chamaram atenção neste ano.
O primeiro é um serviço de embaralhamento de bitcoins — chamado de mixer — usado por usuários que desejam ter mais anonimato na rede. Segundo o relatório, o serviço chamado de Bitcoin Fog moveu 1.200.000 BTC, equivalente a 335 milhões de dólares na época. Seu operador foi indiciado por lavagem de dinheiro, além outras acusações.
Além deste também há um caso de um funcionário da Microsoft que roubou 10 milhões de dólares em BTC, sendo condenado por fraude bancária, lavagem de dinheiro e outras acusações. Já o último caso está relacionado a ataques de força bruta, feitos por um malware, cujo foco eram credenciais de login que mais tarde eram vendidas na internet.
Embora o Bitcoin seja pseudoanônimo, a transparência das transações, junto a dados de outros serviços, fazem com que criminosos sejam alvos fáceis da justiça. Por conta disso o dólar ainda continua sendo o dinheiro mais usado em atividades ilegais.