Receita federal do Chile solicita as corretoras de criptomoedas dados das transações dos clientes

Corretoras de criptomoedas chilenas tem 13 dias para entregar dados de transações de seus clientes

No dia 20 de julho a “receita federal” do Chile, –Internal Revenue Service (SII), enviou uma notificação à todas corretoras de criptomoedas do país solicitando formalmente a entrega de dados referentes às transações dos clientes durante o exercício de 2017.

A SII passou a estudar o mercado de criptomoedas em 2017. Ela tentou entender como funciona, quem está por trás e quais obrigações legais podem ser aplicadas sobre elas.

Enquanto a SII estudava o mercado, o bitcoin teve uma aumento de preço de US $ 4.760 em 1 de setembro de 2017 para US $ 13.565 em 1 de janeiro de 2018.

Em meio a grande valorização das criptomoedas junto com a popularidade do bitcoin, a SII enviou o comunicado às corretoras do Chile instruindo que “os lucros das negociações com dinheiro e vendas de criptomoedas estão sujeitos ao pagamento de imposto de renda”, assim como qualquer outra transação comercial no país.

A SII afirma que as empresas estão sujeitas aos regulamentos fiscais e, nesse sentido, elas são obrigadas a fornecer as informações que tanto a SII quanto outro regulador podem exigir.

Corretoras do País como CryptoMkt, Buda.com, OrionX e outras receberam o aviso.

Rodrigo Souza, um dos maiores especialistas de Bitcoin do Brasil e co-fundador da Blinktrade, disse no facebook que a ação da SII é uma forma das corretoras “denunciarem todos os clientes”.

Ele afirma ainda que “o mesmo pode acontecer no Brasil seguindo a mesma agenda.”

Segundo Souza, no Chile, primeiro os bancos começaram a fechar contas bancárias das corretoras. As exchanges brigaram na justiça para poderem movimentar suas contas mas a justiça agiu em favor dos bancos. Depois as exchanges criaram uma associação para recorrerem ao orgão de defesa econômica do país. Os bancos novamente ganharam e por fim, a receita começou a exigir relatório de movimentação de todos usuários.

Atualmente no Brasil os bancos estão fechando contas de corretoras e várias associações estão sendo criadas. O STJ pode deixar corretoras brasileiras sem acesso a contas.

Rodrigo Souza, Co-Fundador BlinkTrade sobre SII, Chile. IMAGEM: Facebook

No Chile, Samuel Cañas, gerente jurídico da Buda.com, se pronunciou dizendo que considera positivo que a SII peça informações sobre seus clientes, pois isso “é um sinal da autoridade fiscal sobre a legitimidade das atividades das corretoras de criptomoedas”.

 “É outra manifestação de um regulador que valida nossa indústria e, nesse sentido, acreditamos que é um passo importante “. Samuel Cañas, Buda.com

Ele acrescenta que “a corretora sempre teve uma atitude proativa e ativa para garantir que essa atividade e os benefícios que ela traz sejam compreendidos e reconhecidos no mercado. O precedente implica no cumprimento de tudo o que a lei exige” explica Cañas.

Cañas disse também que a notificação não explica a finalidade para a qual a SII usará as informações, no entanto, ele disse que “acredita que os lucros obtidos da venda de moedas criptografadas podem estar sujeitos ao imposto de renda, sendo a obrigação de cada contribuinte determinar se o eventual lucro obtido quanto a venda deve ser paga ou não.”

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Mateus Nunes
Mateus Nuneshttps://livecoins.com.br
Fundador do Livecoins. Formado em Ciência da Computação e profissional de segurança da informação há mais de 10 anos. Escreve sobre Bitcoin desde 2012. Tradutor do site Bitcoin.org

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