O número de holders de longo prazo do Bitcoin chegou ao maior nível do último ano. Segundo análise da Glassnode, este grupo de investidores comanda 75% de todos os bitcoins em circulação.
Em suma, tais pessoas não se importam com a volatilidade de curto prazo e acreditam que o Bitcoin só tende a valorizar ao longo do tempo, basicamente como uma reação à inflação das moedas controladas por governos.
Ainda em 2013, o termo “HODL” (com um erro de digitação) viralizou no Bitcointalk. Na data, um usuário alcoolizado chamado GameKyuubi reclamava de si ao dizer que era um péssimo trader e, por conta disso, passou a utilizar a estratégia de hold a longo prazo.
“BTC caindo, por que estou segurando? Vou lhe dize o porquê. É porque sou um péssimo trader e sei que sou um péssimo trader”, comentou o usuário em 2013 enquanto o Bitcoin caia dos US$ 1.163 para US$ 382 em poucos dias.
Quase dez anos depois da postagem, o BTC valorizou 7.592%, provando se uma ótima estratégia para quem tem paciência.
Número de holders de longo prazo do Bitcoin atinge maior nível do ano
Segundo Checkmate, analista da Glassnode, GameKyuubi não está sozinho nesta estratégia. No total, mais de 3/4 de todos os bitcoins em circulação estão em carteiras que não moveram suas moedas recentemente.
“Novo recorde histórico para a oferta [controlada] por Holders de Longo Prazo de Bitcoin, agora em 14,59 milhões de BTC (75% da circulação).”
New All-time-high for #Bitcoin Long-Term Holder supply 🔵, now at 14.59M $BTC (75% of circulating).
A suite of essential Long/Short-Term Holder tools are available for Advanced @glassnode members to track HODLers vs Speculators in this dashboard 👇https://t.co/ZyvUI9zL12 pic.twitter.com/83sLGQbtT5
— _Checkɱate 🔑⚡🌋☢️🛢️ (@_Checkmatey_) August 7, 2023
Segundo os dados, a mudança começou ainda em 2021, quando detentores de curto prazo dominavam o mercado. Desde então, investidores de longo prazo assumiram o controle do mercado. Mesmo com a alta de 80% em 2023, poucos parecem interessados em se desfazer de suas moedas.
Como efeito, a tendência é de mais alta já que os dados mostram não haver pressão vendedora no mercado e que novos compradores não encontram boas oportunidades. Oferta e demanda.
No entanto, isso também pode afetar a liquidez do Bitcoin. Segundo dados do MercadoCripto, o Bitcoin apresentou baixos volumes nos últimos quatro meses no Brasil, especialmente em julho.
Por fim, a esperança de que os EUA aprovem o primeiro ETF de Bitcoin à vista também pode ser um motivo para que ninguém tenha interesse em se desfazer de suas moedas. Afinal, espera-se que um grande capital institucional entre no mercado, esticando o preço do BTC.