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Reguladores correm contra o tempo para regular criptomoedas

Mesmo com a incerteza sobre quais regras serão criadas, o importante agora é observar o comportamento da indústria visto que ambos, críticos ou não das decisões do governo, querem continuar trabalhando em solo americano.

Após mais de uma década da criação do Bitcoin e do desdenho do governo, o setor de criptomoedas se tornou grande demais para ser extinto. Agora reguladores precisam correr contra o tempo para tentar estabelecer algum tipo de regulamentação focada apenas em criptomoedas.

O alvo da vez são as stablecoins, tokens lastreados em moedas fiduciárias que permitem uma experiência mais lisa por usuários de criptomoedas. Segundo o NY Times, agentes federais disseram que as stablecoins podem passar a serem consideradas como instituições que são “grandes demais para quebrar“.

Os passos do governo incluem um relatório de recomendações que será emitido ainda este ano e as regras serão, provavelmente, traçadas apenas no ano que vem.

Segundo integrantes da indústria, provavelmente o governo americano obrigará que empresas, que emitem e gerenciam stablecoins, possuam liquidez para atender a demandas de saques. Ou seja, sempre lastreadas em 1 para 1.

O grande desafio que estas empresas poderão enfrentar estará relacionado a leis relacionadas a lavagem de dinheiro e financiamento de terrorismo, afinal elas não tem nenhum sistema de KYC que possa ou consiga identificar os donos de tais moedas.

Hoje estas empresas estão trabalhando como bancos, e como algumas delas, como a Tether, já se mostraram capazes de congelar fundos por serem projetos centralizados. Com regras rígidas voltadas ao setor, isso pode acelerar este sentimento, de que não tem controle nenhum sobre seu dinheiro, dos usuários.

Hoje a indústria das stablecoins conta com mais de 120 bilhões de dólares em caixa e elas são responsáveis por cerca 75% do volume de negociações, segundo Gary Gensler, diretor da SEC.

Michael Hsu, diretor interino da Controladoria da Moeda, comentou que hoje as criptomoedas e o setor de DeFi estão caminhando para se tornarem uma ameaça financeira, parecida com a dos CDSs em 2008 que impulsionaram a criação do Bitcoin.

O que a indústria de criptomoedas pensa sobre regulação

Já a opinião dos participantes da indústria não é unânime, enquanto alguns players aplaudem as ações do governo americano, outros parecem estar cada vez mais irritados com elas.

Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, aplaudiu o posicionamento da SEC em relação aos criptoativos, acreditando que o BTC vai se beneficiar de tais regras. Hoje a MicroStrategy é a empresa pública com mais Bitcoin em caixa, com mais de 114.000 BTC no bolso.

“Todos esses desenvolvimentos regulatórios são bons para o Bitcoin. A volatilidade diminuirá, a confiança pública aumentará e a adoção institucional e de varejo do Bitcoin acelerará conforme a clareza e a conformidade chegam ao espaço de ativos digitais. #Bitcoin”

Do outro lado, Ryan Selkis, fundador da Messari, se mostrou tão insatisfeito com o posicionamento do governo que decidiu que irá se candidatar a senador dos EUA em 2024. A decisão ocorreu após o evento Mainnet 2021, no qual agentes da SEC abordaram um dos palestrantes.

“Se você está se perguntando quando eu realmente decidi me candidatar a senador, foi quando esses filhos da puta vieram ao meu evento, não compraram um ingresso e entregaram uma intimação a um dos palestrantes.”

https://twitter.com/twobitidiot/status/1440046283041820672

Assim como Saylor, a exchange Binance, outro nome gigante do setor, também se mostrou a favor da intervenção do governo no setor de criptomoedas. Lembrando que a Binance também possui uma stablecoin, a BUSD, emitida pela Paxos.

Mesmo com a incerteza sobre quais regras serão criadas, o importante agora é observar o comportamento da indústria visto que ambos, críticos ou não das decisões do governo, querem continuar trabalhando em solo americano.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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