Butão, um pequeno país com 787 mil habitantes, localizado entre a China e a Índia, possui uma reserva de R$ 7 bilhões em Bitcoin. Devido a recente valorização da criptomoeda, hoje essa soma representa 41,3% de seu PIB.
Essas moedas foram adquiridas através da mineração, uma atividade em que o governo estava envolvido secretamente há anos, mas que só foi revelada em 2023.
Como comparação, Butão tem o dobro de bitcoins que El Salvador, primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal. Indo além, os R$ 3,4 bilhões em Bitcoin de El Salvador representam apenas 1,7% de seu PIB.
Reservas de Bitcoin ganham força em Butão
A entrada de Butão no setor de criptomoedas aconteceu através de seu braço de investimento estatal, o Druk Holdings and Investments (DHI). Além de possuir ações, renda fixa e imóveis em seu portfólio, o fundo também começou a investir em projetos menos tradicionais, como startups e a mineração de Bitcoin.
Segundo dados da Arkham Intelligence, o governo de Butão conseguiu acumular 12.218 bitcoins de fevereiro de 2021 até hoje. Devido à valorização do Bitcoin, a quantia está avaliada em R$ 7 bilhões (US$ 1,2 bilhão).
Conforme o PIB de Butão está em 2,9 bilhões de dólares, segundo dados do World Bank, isso significa que essas reservas de Bitcoin já representam 41,4% de seu PIB.
Caso o governo distribuísse esses bitcoins igualmente entre sua população de 787 mil habitantes, cada butanês receberia cerca de 0,0155 BTC (R$ 8.930).
Butão pode ser um exemplo para outros países?
No momento há um grande debate sobre a possibilidade dos EUA adotarem uma estratégia parecida, de comprar 1 milhão de bitcoins (R$ 575 bilhões) para usarem como uma reserva de valor.
Como exemplo, o Financial Times destacou uma fala de Donald Trump nesta semana sobre o Bitcoin ser uma resposta para o problema da dívida pública americana.
“Quem sabe, talvez a gente pague nossos US$ 35 trilhões; entregamos a eles um pequeno cheque em criptomoedas, certo? Damos a eles um pouco de Bitcoin e quitamos nossa dívida de US$ 35 trilhões.”
No caso dos EUA, esse cenário é um tanto desafiador quanto improvável. Afinal, o valor de mercado do Bitcoin ainda está abaixo dos US$ 2 trilhões (17 vezes menor que a dívida americana) e precisaria valorizar, e muito, para quitar essa dívida.
No entanto, esse cenário parece possível no caso de Butão. Segundo dados do FMI, hoje o país asiático possuí uma dívida de 125% do tamanho de seu PIB, ou seja, de US$ 3,62 bilhões.
Ou seja, suas reservas de Bitcoin já seriam suficientes para quitar 1/3 dessa dívida. Outro cenário é uma valorização de 200% do Bitcoin, alcançando os US$ 300.000, o que seria suficiente para abater esse passivo por completo.
Por fim, enquanto muitos olham para El Salvador como um modelo a ser seguido, talvez os silenciosos avanços de Butão mereçam um pouco mais de destaque.