O suposto ‘Robô de Bitcoin’ da empresa Atlas Quantum começou a ser investigado pela Polícia Federal e Ministério Público Federal. Com sede em São Paulo, essa pode ser a maior revelação de um golpe contra investidores de criptomoedas do Brasil.
Seu líder era Rodrigo Marques, e a empresa atuou na captação de investidores com as promessas de rentabilizar bitcoin com um robô. Em sua história de dois anos, a Atlas Quantum ganhou notoriedade ao divulgar sua plataforma pela internet, eventos da comunidade Bitcoin Brasil e outdoors pelas ruas.
A empresa, vale notar, não prometia rendimentos fixos aos clientes, mas como as operações não aparentavam registrar prejuízos, investidores acreditavam que o negócio era sólido. Em 2019, a CVM emitiu um stop order contra a empresa, que viu a entrada de novos clientes ruir e assim começou o colapso.
Desde então, saques de clientes não foram mais efetuados e milhares de processos chegam na justiça de todo Brasil.
‘Robô de Bitcoin’ da Atlas Quantum sendo investigado pela Polícia Federal
Um inquérito policial foi instaurado pelo MPF após o investidor Evandro Carlos Teruel efetuar uma denúncia na autoridade. Na sua denúncia, o ex-investidor levou ao conhecimento dos investigadores uma lista com mais de 500 pessoas lesadas pela empresa Atlas Quantum.
Evandro era um dos investidores e fez a primeira denúncia no Ministério Público Estadual em 2019, mas agora acredita que as investigações atuais da Polícia Federal demonstrarão o envolvimento de pessoas ou empresas que até agora a comunidade desconhece, tendo finalmente a aplicação da justiça para este caso que lesou inúmeras famílias brasileiras e no mundo.
A Atlas Quantum deve começar a ser investigada pela PF, que tem prazo para analisar as provas. Outra autarquia que deverá colaborar com as investigações é a CVM, que emitiu alertas contra o golpe de bitcoin em 2019.
Vale lembrar que após a paralisação dos saques, o CEO da empresa Rodrigo Marques sumiu e investidores não conseguem reaver seus bitcoins.
Advogado com mais processos contra empresa acredita que situação será esclarecida
Um dos advogados no Brasil com mais casos contra a Atlas Quantum é Artêmio Picanço. Em nota ao Livecoins, ele comentou sobre a investigação da PF contra a empresa.
“O caso da empresa Atlas Quantum foi um dos esquemas mais sofisticados que já trabalhei e, infelizmente, ainda temos que conviver com a liberdade do CEO Rodrigo Marques. Entretanto, com novos elementos, incluindo uma denúncia feita na Espanha, cremos no rigor da lei sendo aplicado ao CEO e a todos que participaram e concorreram para a prática delituosa.
Ademais, alguns processos também já estão chegando no Uruguai, local onde o dono da Atlas possuía uma Offshore nominada Godsuar. Por fim, muito em breve também estarei em diligência com o Poder Público, visando dar tração ao caso para que se apure todo este imbróglio.”