De acordo com um recente estudo lançado pela empresa Kaspersky, o roubo de Bitcoin deve aumentar no próximo ano. Entre as causas, até a pobreza causada pela pandemia será um dos fatores.
Para quem já estudou sobre a tecnologia do Bitcoin, fica claro que a rede é a mais segura do mundo hoje. Ou seja, é praticamente impossível a rede Bitcoin ser atacada e violada com os níveis de segurança atuais. Essa garantia, inclusive, é a maior de todas as criptomoedas.
Mesmo assim, pontos centrais de falha continuam a ser alvos, como corretoras de criptomoedas, por exemplo. Além disso, ataques a pessoas continuam sendo cada vez mais desenvolvidos. Ao usar a chamada engenharia social, bandidos elaboram técnicas sofisticadas para roubar pessoas.
De fato, com o crescimento do Bitcoin em 2020, a moeda deverá ser mais “caçada”. Portanto, guarde bem suas moedas e cuide de seus rastros na internet, é a mensagem que fica para quem é fã de Bitcoin.
Para Kaspersky, roubo de Bitcoin deve aumentar em 2021
O Bitcoin é uma moeda digital que não é vinculada a nenhum estado-nação. Além disso, não há vínculo com empresas, ou seja, essa é a primeira moeda descentralizada já criada.
Carregando essa importante missão, o Bitcoin é cobrado pela sua natureza livre. Entre as cobranças estão a de garantir acesso financeiro a todas as pessoas, inclusive às desbancarizadas.
E em 2020, no auge da pandemia, a economia global mostrou sinais de fraqueza e muitas moedas locais perderam valor. O Real brasileiro, por exemplo, desvalorizou 27% em relação ao Dólar americano. Ou seja, moedas fracas perdem mais valor em crises e investidores buscam refúgio em ativos seguros.
Além do ouro, o Bitcoin foi uma das preferências de 2020, consequentemente, valorizando bastante. Em relação ao Real, o preço do Bitcoin subiu acima de R$ 100 mil e valoriza hoje cerca de 240% desde janeiro. Esse é apenas um exemplo, mas foi visto em muitas partes do mundo além do Brasil.
Com o crescimento da moeda digital, cresceu o número de crimes associados às criptomoedas. Os criminosos virtuais passaram a exigir pagamento em criptomoedas para suas vítimas e a tendência é que o movimento aumente.
Essa é a visão da Kaspersky, que lançou recentemente um relatório sobre o cenário de ameaças ao setor financeiro. De acordo com a empresa de segurança, o roubo de Bitcoin deve aumentar em 2021, em pelo menos três situações e duas moedas.
Três casos de roubo deverão ser destaque no próximo ano: “previsão ajuda na defesa”
O relatório da Kaspersky contempla pelo menos três casos onde será visto o aumento de roubo de Bitcoin. Mesmo assim, a empresa afirma que grupos poderão passar a exigir outras moedas, chamadas de transição, com o aumento das técnicas de rastreio de Bitcoin.
No caso específico de moedas de transição, a Kaspersky acredita que a Monero deve ser a escolhida. Como a moeda oculta rastros de transações e aumenta a privacidade, deverá ser a preferida dos cibercriminosos, aponta o relatório.
Um dos crimes financeiros mais perigosos então será o “MageCarting“. Essa técnica consiste em roubar dados de cartões de crédito das pessoas para utilizar em pagamentos de e-commerce. Como algumas empresas já oferecem cashback em Bitcoin, a prática pode até render alguns satoshis de Bitcoin aos bandidos.
Outra opção que deverá crescer para o roubo de criptomoedas é a de extorsão online. Ao roubar dados das pessoas, os criminosos pedem o pagamento para não expor informações pessoais. As empresas deverão ser o centro das atenções dessa prática, apontou a empresa.
Já os ransomwares, que crescem ano após ano, voltam a ser tendência para 2021. Em 2020, até o STJ no Brasil foi alvo deste ataque, que costuma sequestrar dados e pedir resgate. Como os criadores de ransomwares captaram muito dinheiro com a prática, a Kaspersky acredita que os operadores têm muito dinheiro para financiar inovações neste setor.
De acordo com o Diretor da Equipe de Pesquisa e Análise Global da Kaspersky na América Latina, Dmitry Bestuzhev, fazer a previsão de ameaças ajuda a entender melhor onde a segurança deve melhorar. Ele acredita que 2021 será um ano de desafios, após um 2020 “turbulento” na segurança digital.
Bitcoin será alvo de bandidos por aumento da pobreza do mundo
A economia global balançou com a pandemia e vários países perderam força. Suas moedas então, caíram a níveis nunca vistos na história.
Dessa forma, o Bitcoin passa a ser uma moeda com mais valor de mercado em vários países. E esse aumento de valor chama a atenção dos bandidos virtuais, acredita a Kaspersky. A empresa acredita até que mais criminosos virtuais devam surgir, devido à pobreza em seus países.
“Prevemos que, devido à fragilidade das moedas locais, mais pessoas deverão se voltar para fraudes que exijam Bitcoin, além do próprio roubo dessa criptomoedas – a mais comum.”, declarou a empresa de segurança
Para quem mantém suas chaves privadas de Bitcoin em locais seguros, é bom manter a prática. Além disso, tomar cuidado com links suspeitos e downloads de fontes desconhecidas deve ajudar a evitar ser pego em um roubo virtual.