
Coletiva da Polícia Civil de Santa Catarina falou sobre criptomoedas e aumento no rastreio em 2025 (Crédito: PCSC).
A Polícia Civil de Santa Catarina (PCSC) divulgou na última quinta-feira (18) o balanço anual das atividades da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DEIC). A corporação apresentou números que demonstram o recolhimento de mais de R$ 2,2 bilhões em bens e valores ligados a organizações criminosas durante o ano de 2025.
O dado financeiro divulgado pela ASCOM/PCSC representa um aumento de 200,69% em comparação com o que a instituição registrou no ano anterior.
Esse crescimento expressivo reflete a estratégia das forças de segurança em asfixiar o poder econômico de grupos ilegais e impedir o usufruto de recursos obtidos por meios ilícitos.
Daniel Régis, diretor da DEIC, destacou que o trabalho policial evoluiu para alcançar o patrimônio oculto em tecnologias descentralizadas. O delegado explicou que os infratores acreditavam estar seguros ao transferir seus recursos para criptomoedas, mas a polícia agora consegue quebrar essa barreira.
As equipes de investigação utilizam métodos modernos para identificar o fluxo de capitais na rede e solicitam o bloqueio judicial desses fundos.
Dessa forma, o estado consegue impedir que o dinheiro convertido em moedas digitais sirva para financiar novos delitos ou para o enriquecimento dos envolvidos.
“Os criminosos acreditavam que, ao transferir valores para criptoativos, estariam seguros. Hoje conseguimos identificar, rastrear e promover o sequestro judicial desses recursos. O objetivo do criminoso não é só praticar o delito, mas usufruir do resultado, e é justamente nisso que temos atuado“, destacou em nota publicada pelo Estado de Santa Catarina.
Ulisses Gabriel, delegado-geral da PCSC, e Marcelo Nogueira, diretor-geral, também participaram da conferência na Sala de Imprensa da Delegacia-Geral em Florianópolis (SC). A diretora-adjunta da especializada, Carolina Surita, esteve presente para detalhar o funcionamento da repressão qualificada ao crime organizado.
A administração investiu na compra de 96 computadores de alto desempenho entre os anos de 2023 e 2025 para suportar essa demanda analítica.
Esses equipamentos permitem o processamento rápido de grandes volumes de dados bancários e telemáticos necessários para desvendar esquemas complexos de lavagem de dinheiro.
O governo destinou ainda R$ 2.016.132,60 para a aquisição de sete viaturas robustas voltadas para operações especiais.
Os novos veículos reforçam a capacidade de pronta resposta dos agentes em missões que exigem deslocamento rápido e segurança em todo o território catarinense.
Os agentes da DEIC deflagraram um total de 256 operações policiais ao longo dos últimos doze meses. Esse número supera a quantidade de dias úteis do ano e evidencia o ritmo intenso de trabalho mantido pelas delegacias especializadas do estado.
As diligências ultrapassaram as divisas de Santa Catarina (SC) e alcançaram outros 13 estados da federação, além do Distrito Federal (DF).
A abrangência territorial permitiu a localização e a captura de suspeitos que fizeram vítimas em solo catarinense, mas que tentavam se esconder em outras regiões.
Houve o cumprimento de 456 mandados de prisão expedidos pelo Poder Judiciário contra alvos investigados pela diretoria. Além disso, o volume de detenções por ordem judicial superou em 11,52% a marca alcançada no ano de 2024, além de outras 49 prisões que ocorreram em situação de flagrante.
A polícia executou também 1.292 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos suspeitos e às empresas de fachada. Esse total representa uma elevação de 61,25% em relação à meta que a gestão havia estipulado inicialmente para o período.
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