Embora Changpeng Zhao seja o primeiro nome que lembramos ao falar sobre a Binance, a maior corretora de criptomoedas do mundo também possui uma co-fundadora: Yi He, considerada a mulher mais poderosa da indústria.
Antes da Binance, Yi He já trabalhava no mercado de criptomoedas, tendo co-fundado a corretora chinesa OKCoin, ainda em 2014. Foi ali que ela conheceu Changpeng Zhao (CZ), contratando-o como diretor de tecnologia.
Mais tarde, em 2017, foi a vez de Zhao chamar He para um negócio, a Binance. Segundo a Reuters, o casal possui um filho, nascido nos EUA. Na data da matéria, CZ mostrou-se incomodado com a exposição de sua família.
Co-fundadora da Binance fala de pressão regulatória sobre sua empresa
Em conversa com a Bloomberg, publicada nesta quarta-feira (28), Yi He explicou os motivos pelo qual nunca esteve sob os holofotes: seu inglês não é fluente. A entrevista, de mais de três horas, foi realizada em mandarim, idioma oficial da China, onde ela nasceu.
“Quando interajo com jornalistas ocidentais ou faço discursos públicos, as pessoas podem pensar que nossa empresa é uma empresa chinesa, certo?”, comentou Yi He à Bloomberg.
A diferença entre a exposição de Yi He e Changpeng Zhao pode ser facilmente vista nas redes sociais. Enquanto He possui 184.000 seguidores no Twitter, Zhao possui 8,5 milhões, quase 50 vezes mais.
Mesmo sem tanta atenção da mídia e do público, He não está apenas acompanhando a pressão regulatória sobre o setor de criptomoedas, mas também lutando contra ele.
Em documentos da SEC, publicados no início deste mês no processo contra a Binance, He Yi é mencionada por Zhao como uma voz-ativa na corretora. As falas são de 2019.
“Não vamos escolher 1 caminho sobre os outros 3, Yi He está certa, temos que oferecer suporte a todos os 3, o que os usuários escolherem, eles decidem por si mesmos”, comentou Zhao sobre o registro de usuários americanos na Binance, mencionando comentários de Yi He.
Já na recente conversa com a Bloomberg, Yi He falou um pouco mais sobre regulação, mas evitou declarações sobre o processo da SEC.
“A tendência das regulamentações é globalmente inevitável”, disse a co-fundadora da Binance à Bloomberg. “Não é algo que você possa resolver gritando ‘lute’ algumas vezes.”
“Se você não pode vencê-los, junte-se a eles.”
Na sequência, a executiva também declarou que as diversas empresas ligadas à Binance estão sobre diferentes gestões, como acontece com a incubadora Binance Labs.
Yi He nega que seja a ‘Caroline Ellison’ da Binance
Após a falência da FTX, o nome de Caroline Ellison, CEO da Alameda Research, ocupou diversas manchetes sobre o assunto, tanto pelo seu envolvimento pessoal com Sam Bankman-Fried quanto pelo seu cargo. Na data, Ellison chegou a confrontar o CEO da Binance, afirmando que compraria toda sua posição em FTT, token da FTX.
No entanto, Yi He fez questão de notar que existe uma grande diferença entre seu caso com Zhao e a Binance.
“Há uma distinção significativa aqui: Caroline era funcionária, já eu sou sócia.”
“O relacionamento entre os cofundadores exige muito mais do que um namoro”, continuou Yi He. “Um relacionamento entre co-fundadores é sobre camaradagem, um relacionamento de namoro é sobre química. O primeiro é baseado em crenças compartilhadas e vai além do gênero, a segunda é baseada na atração física e desejos egoístas.”
Finalizando, a co-fundador da Binance fez questão de lembrar que foi ela quem trouxe Zhao para o mundo das criptomoedas. Já a sua entrada na Binance foi “baseada nas conquistas que já havia estabelecido”.
