SEC acusa duas gigantes das criptomoedas de oferta e venda de títulos não registrados

A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) está acusando a Genesis, empresa do DCG, e a Gemini, empresa dos gêmeos do Facebook, por oferta e venda de títulos de criptomoedas não registrados.

A investigação está relacionada ao programa Gemini Earn, que arrecadou bilhões de dólares de centenas de milhares de investidores.

Em suma, tal programa oferecia retornos de 8% ao ano. Embora mantido pela Gemini, o mesmo dependia da Genesis para funcionar, mas esta mostrou-se insolvente ainda em novembro do ano passado após uma corrida de saque.

Ou seja, investidores perderam dinheiro. Para piorar o clima, os gêmeos Winklevoss agora estão acusando Barry Silbert do Digital Currency Group (DCG), empresa-mãe da Genesis, de fraude.

O que cintos de segurança tem a ver com criptomoedas?

Além da nota oficial da SEC, seu presidente Gary Gensler também usou as redes sociais para comentar sobre o caso da Gemini e da Genesis.

Comparando as criptomoedas com o setor automotivo, Gensler nota que carros podem apresentar diferentes funcionalidades, como usar gasolina ou eletricidade para rodar. No entanto, afirma que motoristas e passageiros precisam ser protegidos.

“Similarmente, nossas leis federeais de securities protegem investidores”, afirma Gary Gensler, presidente da SEC. “Não há motivo para tratar o mercado de criptomoedas de forma diferente de outros mercados de capital apenas porque ele usa uma tecnologia diferente.”

Seguindo, o presidente da SEC nota que algumas plataformas que oferecem ganhos com criptomoedas não estão de acordo com os requerimentos.

“Como com cintos de segurança e carros, precisamos garantir que a proteção dos investidores seja padrão no mercado de criptomoedas.”

Portanto, se os gêmeos Winklevoss e Barry Silbert já estavam estressados enquanto brigavam judicialmente entre si, a entrada da SEC deve piorar ainda mais os ânimos.

SEC chegou tarde, de novo, diz congressista americano

Embora os EUA estejam mais rápidos em suas investigações, como na prisão do hacker da Mango ou na extradição de Sam Bankman-Fried, isso ainda não parece suficiente para proteger investidores.

Também através do Twitter, o congressista americano Tom Emmer criticou a ação da SEC. Afinal, a agência só entrou em cena após a Gemini e a Genesis prejudicarem centenas de milhares de investidores.

“Gary Gensler está mais uma vez atrasado para o jogo, “protegendo” ninguém. É bastante claro que sua estratégia política de “regulamentação por meio da aplicação” prejudica os americanos comuns.”

Mercado ignora crise de gigantes e segue em alta

Além da Genesis, vale notar que o Digital Currency Group também é responsável pelo maior fundo de Bitcoin do mundo, a Grayscale. Portanto, o mercado pode ter sérias consequências dependendo do desfecho da história entre a Gemini e a Genesis (e agora também a SEC).

No entanto, investidores não parecem preocupados com isso. Nesta quinta-feira (12), o BTC chegou a ser negociado acima dos US$ 19.000, maior nível desde a falência da FTX, após a inflação dos EUA apresentar um leve recuo.

Já outras criptomoedas conseguiram apresentar retornos ainda mais significativos, mostrando o otimismo de que o inverno já acabou.

Por fim, o momento ainda é delicado, com touros e ursos tendo suas razões para movimentar o mercado. Portanto, podemos esperar que 2023 seja mais um ano agitado para as criptomoedas.

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Henrique HK
Henrique HKhttps://github.com/sabotag3x
Formado em desenvolvimento web há mais de 20 anos, Henrique Kalashnikov encontrou-se com o Bitcoin em 2016 e desde então está desvendando seus pormenores. Tradutor de mais de 100 documentos sobre criptomoedas alternativas, também já teve uma pequena fazenda de mineração com mais de 50 placas de vídeo. Atualmente segue acompanhando as tendências do setor, usando seu conhecimento para entregar bons conteúdos aos leitores do Livecoins.

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