Um empresário foi alvo de um sequestro cinematográfico em Maceió no último domingo (24), podendo o caso ter ligações com uma pirâmide financeira. A dupla de sequestradores, um sogro e genro, foram presos em flagrante e a vítima foi liberada.
Se preparando para reaver cerca de R$ 250 mil, a dupla se preparou para praticar atos bárbaros com o empresário. Fortemente armados, inclusive com uma série de itens para praticar torturas medievais, a dupla foi presa em um motel da capital de Alagoas, Maceió. A vítima estava presa em uma cadeira no momento da atuação policial.
Contudo, o que chamou atenção do caso é que os dois sequestradores são militares do Rio de Janeiro. Além disso, eles viajaram pelo menos 2 mil quilômetros para cometer o crime, que já foi confessado pelos dois autores, presos pela polícia em menos de 24 horas.
Um sequestro de empresário chocou a população de Maceió (AL), caso pode ter ligações com esquema de pirâmide financeira
Nos últimos anos, os brasileiros viram efervescer esquemas de pirâmide financeira, com casos famosos deixando histórias tristes para trás. Um famoso esquema que deixou marcas no Brasil, a Ympactus (Telexfree), está ainda correndo na justiça, e seus sócios foram condenados na última segunda (25) a 12 anos de prisão em regime fechado, além de multa milionária.
Apesar dos casos marcantes, outras pirâmides menores lesam uma série de investidores pelo país. Em um suposto esquema, com sede em Maceió, dois ex-investidores voltaram para se vingar do possível estelionatário, e não chegaram com brincadeira.
Na noite do último domingo (24), um bombeiro e um guarda militar do Rio de Janeiro começaram a colocar um plano ousado em prática. O foco era conduzir um sequestro de um possível estelionatário, que teria levado deles R$ 250 mil em um alegado esquema de pirâmide.
Com promessas de rendimentos em operações de compra e venda de ações, o rendimento não estaria sendo pago. No momento da abordagem, os militares do Rio de Janeiro, sogro e genro, seguiam o homem pelas ruas de Maceió e o abordaram com um falso mandado de prisão. Os homens estavam com uniformes falsos da Polícia Militar e armados.
Após “prisão”, empresário foi levado para motel onde dupla passou dias hospedados
Em menos de 24 horas após detectado ser um sequestro, a Polícia Militar em Maceió, começou as buscas pelo empresário acusado de operar uma pirâmide. A dupla foi encontrada em um motel, com a vítima amarrada em uma cadeira e não ofereceu resistência a voz de prisão.
Várias armas, coletes a prova de balas, falsos uniformes da polícia e itens para tortura estavam no local. Além disso, um dossiê com dados do empresário foi recuperado, contendo as atividades dos últimos dias da vítima, que estava sendo monitorada.
A polícia Civil foi chamada para apurar o caso e ouviu ambas as partes. O sogro (bombeiro) e o genro (guarda municipal) ambos do Rio de Janeiro, afirmam que foram até o local cobrar uma dívida. Após investir com a vítima, apontam que teriam sido lesados em R$ 250 mil, sendo esse o motivo do sequestro.
A vítima, por outro lado, aponta que já havia devolvido o investimento ao guarda municipal, mesmo confessando que não pagou rendimentos prometidos. O sequestrador negou ter recebido qualquer valor. Ambos os sequestradores seguem presos e, de fato, tiveram seu plano frustrado pela PM local.
De acordo com o Bom Dia Alagoas, a prisão em flagrante da dupla foi transformada em preventiva. Como são militares e estavam fortemente armados, representam perigo segundo juíza. A defesa dos sequestradores afirmou que irá recorrer da decisão.
Escute o áudio com a explicação feita pelo delegado da Polícia Civil que apura o caso, na íntegra abaixo:
Esquemas de pirâmide não terminam com final feliz e violência tem aumentado entre investidores
Os últimos anos mostram um crescimento das fraudes com pirâmides financeiras. Os estelionatários que criam essas empresas fraudulentas, ao fim do negócio, tentam se desvincular e corriqueiramente inventam desculpas para sair com o dinheiro das vítimas.
Cabe o destaque que quem é lesado pelos golpes normalmente não esquece, e alguns preferem partir para a violência. Um dos motivos que piora essa situação é certamente a demora das autoridades em identificar em finalizar os esquemas financeiros.
Nos últimos dias, por exemplo, um homem foi morto por dois ex-investidores da D9 Clube de Empreendedores. Essa empresa prometia rendimentos com Bitcoin, mas teria sido encerrada sem dar satisfações aos investidores.
Por fim, ao receber uma proposta milagrosa de rendimentos, desconfie, o final normalmente é certamente trágico.