Um servidor da Polícia Federal do Brasil viajou para a Índia, para participar de um curso de investigação envolvendo criptomoedas. A informação foi divulgada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (27).
De acordo com a nota oficial, o servidor da PF Ícaro Lemos Barbosa, que ocupa o cargo de escrivão, permanecerá até o dia 31 de março de 2023 no país do sul da Ásia.
No local, ele participará do Curso de Dark Web e Criptomoeda (Dark Web and Cryptocurrency). O evento ocorre desde o dia 24 de março, na cidade de Hyderabad, na Índia.
Para viajar ao país asiático, o servidor foi liberado com trânsito, com ônus limitado. A liberação ocorreu após assinatura do delegado-geral da PF, Andrei Augusto Passos Rodrigues.
Servidor da PF já viajou para El Salvador há um ano para participar de capacitação
No início de 2022, o Ministério da Justiça e Segurança Pública estreitou laços com a justiça dos EUA, levando três servidores da PF para El Salvador.
Naquele país, o primeiro a tornar o bitcoin de curso legal no mundo, os agentes participaram de uma capacitação sobre investigações do uso criminoso de criptomoedas. Um dos servidores enviados foi Ícaro, que agora realiza nova capacitação sobre o tema na Índia.
Chama atenção que a PF tem realizado inúmeras operações para conter crimes com criptomoedas no Brasil. Além das tradicionais pirâmides financeiras, que causam prejuízos a milhares de famílias, a polícia federal também atua contra crimes cibernéticos, lavagem de dinheiro, entre outros.
O curso na Índia sobre criptomoedas começa nesta segunda-feira (27), indo até a próxima quarta-feira (29), promovido pela Sardar Vallabhbhai Patel National Police Academy (SVPNPA).
Realidade das criptomoedas na Índia oposta a de El Salvador
O que chama atenção para as distintas capacitações de criptomoedas do servidor da PF é justamente os países para os quais ele viajou.
Isso porque, em El Salvador as criptomoedas são incentivadas pelo governo local, que criou uma lei que autorizou o bitcoin se tornar uma moeda oficial. Ou seja, um comércio pode aceitar sem problemas e consumidores podem optar por pagar em bitcoin caso queiram. Antes da lei, o país dependia apenas do Dólar em sua economia, e começou a se libertar com bitcoin.
No entanto, na Índia a realidade das criptomoedas não é tão animadora assim. Isso porque, o governo local não se mostra fã da moeda digital em sua economia e sempre ameaça banir o mercado.
Além disso, há uma grande diferença entre a população de El Salvador, uma das menores da América Latina, para a da Índia, a segunda maior do mundo. Com isso, fica claro que a PF tem enviado seus servidores para capacitações internacionais com perfis diferentes de países e regulações, mostrando interesse em aprofundar conhecimentos em investigações de crimes envolvendo as criptomoedas.