O Sheik dos bitcoins, Francisley Valdevino da Silva, participou do seu primeiro depoimento na CPI das Pirâmides Financeiras de Criptomoedas, por conta de seu envolvimento com a Rental Coins no Brasil.
A piramide financeira criada por ele, alvo da Operação Poyas da PF em 2022, resultou em sua prisão e interrupção da ação fraudulenta contra novos investidores.
Como anteriormente apresentado pelo Livecoins, o Sheik dos bitcoins conseguiu no STF uma autorização para se manter em silêncio, e assim permaneceu durante a tomada de depoimento, nesta quinta-feira (3).
Em curta sessão na CPI das Pirâmides Financeiras, Sheik dos bitcoins se nega a dar depoimento e não responde nem mesmo se é inocente das acusações
Após convocação na CPI das Pirâmides Financeiras de Criptomoedas na Câmara dos Deputados, em requerimento apresentado pelo Júnior Mano (PL-CE), Francisley Valdevino da Silva compareceu acompanhado de três advogados.
Ele confirmou seu nome, disse que estava com advogados e alegou estar cumprindo seu dever cívico brasileiro. Além disso, o “sheik dos bitcoins” alegou que não pode comparecer presencialmente na comissão, devido a uma ordem judicial que o impede de deixar Curitiba (PR).
No único e breve comentário realizado, Francisley se apresentou como um investidor de longa data em criptomoedas, que entende o funcionamento técnico e que poderia contribuir com mais informações. Ele ainda declarou que não praticou golpes contra investidores, e acusou o Ministério Público Federal, que o investiga.
“Queria destacar que nenhuma das operações que realizei nessa seara é ilegal, ao contrário do que faz parece o Ministério Público Federal em Curitiba, que com pesar demonstra desconhecer as particularidades deste ramo, causando indigesta situação de instabilidade no mercado de criptoativos e descrédito para o setor, o que pode gerar consequências a economia nacional. Não é de hoje que as investidas desmedidas e impensadas dos abre aspas acusadores de Curitiba, fecha aspas, minam setores regulares da economia.”
A fala do suspeito teve vários momentos de cortes na transmissão e trechos inaudíveis, que pouco auxiliam nos trabalhos da CPI sobre o caso.
“Por orientação da minha defesa técnica, vou me valer do meu direito de permanecer em silêncio”
Ao se valer do seu direito constitucional de permanecer em silêncio, o Sheik dos bitcoins declarou que qualquer fala sua poderia lhe prejudicar, visto que ele ainda responde a um processo na Justiça Federal de Curitiba.
Nem mesmo quando foi questionado se é um inocente ou não, Francisley declarou apenas “vou me valer do meu direito de permanecer em silêncio“.
Revoltado, o deputado Alfredo Gaspar (União-AL) fez a última pergunta, questionando “se o depoente permaneceu em silêncio para roubar o povo brasileiro em mais de 4 bilhões de reais“. Consternado e após alguns segundos de pensamentos, o Sheik respondeu apenas “que iria preservar seu direito de silêncio”.
Os deputados presentes da Comissão de Inquérito Parlamentar lamentaram a falta de colaboração do investigado com as investigações. De acordo com eles, a oportunidade de esclarecer o caso foi dada, mas agora eles deverão proceder com novos requerimentos na próxima sessão, em busca de mais detalhes sobre o caso.
Vale lembrar que a CPI encaminhou um pedido de quebra de sigilo do Faraó dos bitcoins nos últimos dias, o que indica que os parlamentares procuram entender a fundo o mecanismo dos golpes financeiros.